Por adriano.araujo

Rio - A reunião entre os funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que já completam 24 horas de paralisação, nesta quinta-feira, terminou sem nenhum tipo de acordo. Segundo representantes do sindicato de funcionários, o diretor jurídico da empresa, Sérgio Pimentel, não apresentou nenhuma proposta. Eles foram recebidos por volta das 15h20, pelo chefe de gabinete da Casa Civil, Cládio Marques. A reunião foi realizada no Palácio Guanabara.

Empresa se diz surpresa

A Cedae se disse surpresa com a paralisação de 24 horas promovida por trabalhadores da companhia. Cerca de 300 funcionários fecharam a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, e buscaram falar com o governador Pezão para negociar. Em nota, a empresa informou que está em negociação com representantes dos trabalhadores e realizando reuniões semanais para a renovação do acordo coletivo.

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Ainda segundo a empresa, a mobilização grevista teve adesão de cerca de 8% dos funcionários. A Cedae ressalta também que todos os serviços administrativos e operacionais foram mantidos, sem risco de desabastecimento, e que equipes trabalham normalmente nos reparos de água e esgoto.


Funcionários da Cedae fecha a Rua Pinheiro Machado%2C em Laranjeiras. Cedae se diz surpresa com paralisaçãoSaulo Stefano / Agência O Dia

O protesto complicou o trânsito na região, causando reflexos no Santo Cristo, na Zona Portuária da cidade. A via está interditada nos dois sentidos e os viadutos Engenheiro Noronha e Santiago Dantas Quental — que dão acesso à rua — ficaram fechados. Os motoristas que saíam do Túnel Santa Bárbara eram orientados a seguir para a Rua das Laranjeiras. Houve congestionamento na Praia de Botafogo e os reflexos chegaram ao bairro do Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio. Quem ia para o Centro ou à Zona Sul teve que optar pelo Túnel Rebouças ou Aterro do Flamengo.

Funcionários pleitearam reunião com Pezão

Segundo os trabalhadores da companhia, o objetivo é pressionar o governo do estado para agendar uma reunião com o governador Luiz Fernando Pezão. De acordo com o presidente do sindicato da categoria (Sintsama), Humberto Lemos, as possibilidades de acordo com a concessionária se esgotaram, mesmo após sete encontros no mês de maio.

Protesto de funcionários da Cedae fecha a Rua Pinheiro Machado%2C em LaranjeirasSaulo Stefano / Agência O Dia

Segundo Lemos, a adesão à paralisação desta quinta-feira foi de 90%: "Apenas os serviços essenciais foram mantidos, com 30% do pessoal trabalhando para atender emergências de falta d'água etc", disse o presidente do Sintsama.

A categoria reivindica 39% de aumento salarial, novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e abertura de concurso público: "Éramos 13 mil trabalhadores e hoje somos 6.500. Estamos perdendo nossa memória técnica com a terceirização em massa. Nos últimos 10 anos, também tivemos perda de massa salarial, com reajustes abaixo da inflação", queixou-se.

Segundo o sindicato, a Cedae apresentou contra-proposta de 5,81% de reajuste e demissão de mais de 600 trabalhadores, entre este ano e o próximo. "A proposta dele, em assembleia com mais de mil trabalhadores, foi recusada por unanimidade. Não vamos recuar pelas nossas reivindicações", acrescentou o presidente do Sinstama.

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