Rio - Mesmo com o policiamento reforçado, no entorno do Maracanã para o jogo entre Rússia e Bélgica, neste domingo, a polícia encontrou dificuldades para coibir o trabalho de ambulantes e cambistas. Duas pessoas tentando comercializar ingressos e outras duas tentando comprar foram detidas, pouco antes da partida, embaixo da rampa que liga a estação de metrô ao estádio. Com um dos homens que tentava vender ingressos, a polícia encontrou mil dólares.
Um bombeiro canadense também foi detido nas proximidades do estádio. Com ele foram encontrados quatro ingressos para os jogos e R$ 3,4 mil. Segundo policiais da 17ª DP (São Cristóvão), outros dois mexicanos que estavam comprando os ingressos do canadense foram detidos e liberados. Ao perceber a aproximação dos policiais, o cambista estrangeiro escondeu os ingressos no boné.
"Antes do jogo, tivemos nessa rampa da saída do metrô cinco pessoas detidas, contando com o canadense, acusadas de comercializar ingressos. Todos os ingressos estavam em nome de terceiros. Ao todo, eram três gringos e dois brasileiros estudantes", contou o tenente-coronel Luciano Araújo, do Batalhão de Turismo (BPTur).
Segundo ele, a aglomeração de torcedores na rampa que liga a estação de metrô ao estádio dificultou o trabalho da polícia. "O ingresso, que custa 175 reais, estava sendo comercializado por 400 dólares", afirmou. No entanto, a reportagem flagrou cambistas vendendo ingressos por até mil dólares.
Embora a polícia estivesse coibindo o ato, muitos ambulantes atuaram na rampa de saída da estação Maracanã e no acesso ao estádio. Ao ser pego com 20 bebidas (10 garrafas de água e 10 de cerveja), um ambulante jogou toda a mercadoria de cima da rampa para não ter os produtos apreendidos e, por pouco, não atingiu a cabeça de torcedores que passavam por baixo, na Avenida Presidente Castelo Branco, a Radial Oeste. O cambista foi liberado no local.
Chegada ao estádio é confusa
A chegada ao Maracanã foi confusa, principalmente na saída da estação de metrô, de mesmo nome, pois os torcedores tinham que mostrar os ingressos para os policiais. Na saída do estádio, não houve confusão e nem manifestação.
O casal de torcedores brasileiros Verônica Pupp, de 29 anos, e Rodrigo Amendola, de 31, foi ao Maracanã vestindo uma camisa do Flamengo, com broches no peito, com as bandeiras da Rússia e da Bélgica. Cariocas, o contador e a estudante de contabilidade, também compraram ingressos para Argentina x Bósnia e Herzegovina, Espanha x Chile, França x Equador, além das partidas das oitavas e das quartas de final.
"Compramos um pacote para assistir aos jogos. Só vamos tirar férias da final", disse Verônica, que contou: "Chegar ao Maracanã foi um sofrimento, só conseguimos entrar dez minutos antes da partida, pois houve muita aglomeração nas rampas de acesso. Em função do episódio envolvendo os chilenos, a polícia montou um grande aparato de segurança". "É emocionante assistir a um jogo da Copa e poder torcer pelas duas seleções. O europeu é um povo caloroso e bem humorado", completou.
O francês Samues Durant, de 26 anos, se encantou com o trabalho da Polícia Militar e disse que tirou foto com eles, afirmando admirar o trabalho dos policiais.
Mesmo com o clima de festa, muitos torcedores ficaram de fora do estádio, à procura de ingressos. Muita gente reclamou do preço da bebida, do lado de fora do estádio. Ambulantes vendiam uma garrafa d'água a R$ 5 e uma lata de cerveja por R$10.
Ingleses são presos tentando vender 30 entradas
Dois ingleses que tentavam vender 30 ingressos para jogos da Copa do Mundo foram presos, durante uma operação da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), em um hotel da Zona Sul do Rio, na noite deste sábado.
De acordo com os policiais, com eles também foram apreendidos R$ 3 mil reais, 425 libras, 1 mil dólares americanos e 50 dólares de Hong Kong. Os estrangeiros foram autuados em flagrante por cambismo e associação criminosa.