Rio - A prefeitura publica amanhã no Diário Oficial decreto que revoga a desapropriação da área da antiga Rodoviária da Pavuna. A iniciativa faz parte de uma estratégia para agilizar a ocupação do imóvel por um complexo de lazer, comercial e universitário pela iniciativa privada.
O grupo G-3 é o dono da empreitada no terreno de oito mil metros quadrados. Por enquanto, não se fala em quanto será investido, mas a empresa adianta que foram fechados negócios com um banco, redes de lanchonete e lojas de departamento.
A região da Pavuna é, na cidade, uma das mais carentes de pontos comerciais. Em 2009, o prefeito Eduardo Paes desapropriou o que era a rodoviária do bairro. Ela estava abandonada, com rachaduras, buracos, lixo e ratos, e pessoas usavam o lugar como dormitório.
Em 2012, o terminal, que foi construído em 1979 para integrar os ônibus da Baixada com o metrô, foi implodido. Na época, uma vistoria indicou que havia risco de desabamento. No dia que o prédio foi abaixo, o prefeito chegou a reconhecer que o terminal era um “desrespeito” ao moradores.
O secretário municipal de Governo, David Carlos, explicou que a iniciativa privada procurou a prefeitura para fazer a proposta de usar comercialmente o ponto. “Conseguimos, em conjunto, vincular serviços que serão interessantes para os moradores e, ao mesmo tempo, revitalizar a região. E o melhor de tudo é que sem um centavo do dinheiro público”, afirmou o secretário.
O processo para adquirir o espaço foi complicado, devido às dívidas que existiam relacionadas ao imóvel. A G-3 negociou diretamente com a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), órgão estatal ligado ao Ministério da Fazenda.
Liquidado o valor, a compra foi feita judicialmente. A partir do mês que vem, já começam a ser colocados os tapumes e será montado o canteiro de obras. A previsão é que o complexo fique pronto em dezembro do ano que vem.
Previsão de valorização de imóveis
Para chegar ao perfil do que o morador da Pavuna e seu entorno queria para o complexo comercial, a G-3 fez uma pesquisa. Uma das demandas principais era uma universidade no local. A empresa descobriu que havia ali na região uma população jovem ascendente, com expectativa de melhorar sua qualificação profissional.
Antes de a empresa assumir a empreitada, a prefeitura chegou a cogitar transformar o local num shopping, supermercado e até num novo terminal com comércio, teatro e cinema. Tudo, claro, dependeria de negociações com a iniciativa privada. Pela rodoviária, chegaram a circular 2,7 milhões de passageiros por mês. A expectativa agora do município é que o investimento realmente traga mudanças para o bairro, como a valorizão dos imóveis que ficam perto do centro comercial que será construído.