Rio - A investigação da morte da empresária Maria Cristina Mascarenhas, de 56 anos, aponta que a dona do restaurante Guimas pode ter sido seguida da agência bancária onde sacou R$ 13 mil para pagamento de seus funcionários até o local do crime, na Praça Santos Dumont, na Gávea. Segundo o titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, os criminosos podem ter tido informações privilegiadas sobre a rotina da vítima. As imagens das câmeras do local já foram recolhidas para análise.
Maria Cristina havia ido a uma agência do Bradesco que fica a 150 metros do local onde ela foi assassinada. Ela foi abordada por dois homens em uma moto, em frente ao número 138 da Praça Santos Dumont. O restaurante Guimas também fica próximo ao banco, com uma distância de aproximadamente 300 metros.
"Presumimos que ela foi seguida desde a agência bancária. Os criminosos podem ter recebido informações privilegiadas, porque era a rotina dela", declarou Rivaldo, afirmando ainda que os funcionários do restaurante serão ouvidos como colaboradores da investigação. Ao ser questionado sobre a possibilidade de os criminosos serem da Rocinha, o delegado respondeu que não poderia afirmar.
Empresária tentou resistir ao assalto
A empresária Maria Cristina Mascarenhas, de 56 anos, foi assassinada na tarde desta quinta-feira, na Gávea, Zona Sul do Rio, após resistir a uma tentativa de assalto quando deixava uma agência bancária. De acordo com a polícia, o crime ocorreu às 12h57, quando a dona do Restaurante Guimas foi abordada por duas pessoas em uma moto, próximo à Praça Santos Dumont, e levou um tiro na cabeça ao puxar a sua bolsa.
A empresária voltava de uma agência do Bradesco ao lado do Shopping da Gávea e sacou R$ 13 mil pra pagar os funcionários. Ela deixou o banco e seguiu em direção ao Guimas. Ao entrar na Praça Santos Dumont, na altura do número 138, parou para falar com uma ambulante. Começou a olhar saias, escolheu duas e mostrou para a vendedora o que ela gostaria que fosse feito na roupa.
Quando a ambulante voltou com a sacola, viu que duas pessoas apareceram em uma moto, e o que estava na garupa desceu e puxou a bolsa da vítima, efetuando o disparo em seguida. Os assaltantes levaram a bolsa, com o dinheiro dentro.
Comerciante diz que assaltos são frequentes na região
Dona do BG Bar, a empresária Zenir Martins de França, 64, relatou como o crime ocorreu. Segundo ela, os assaltantes estavam na contramão. "O bar estava cheio. Todos viram quando o motoqueiro foi abordá-la. Eram dois na moto. Um desceu sem capacete e foi puxar a bolsa dela, mas ela segurou e ele deu um tiro só na cabeça dela. Eles saíram na contramão", contou Zenir.
Segundo ela, esse tipo de assalto é frequente na região. Porém, é a primeira vez que se tem conhecimento de uma vítima assassinada.
De acordo com testemunhas, o autor do disparo seria um homem moreno claro de bigode, que estava sem capacete. O outro homem, que pilotava a moto, usava um capacete vermelho.
Agentes da Divisão de Homicídios (DH) da Capital e da 15ª DP (Gávea) estiveram no local e já têm imagens que mostram o momento do crime. No momento da ação, caiu no chão um carregador de pistola, que já está com a polícia.
Conhecida como Tintim, Maria Cristina fundou o Guimas, que fica na Rua José Roberto Macedo Soares, no início da década de 1980, ao lado de seu marido, Chico Mascarenhas, e dos amigos Ricardo e Priscilla Guimarães. A ideia do restaurante aconteceu durante um encontro dos dois casais em Petrópolis, na Região Serrana. O nome Guimas é a fusão das iniciais dos sobrenomes Guimarães e Mascarenhas. A empresária deixa duas filhas.
Restaurante é sucesso na Gávea há mais de 30 anos
O Guimas é um dos restaurantes mais tradicionais da Zona Sul. O estabelecimento funciona há mais de 32 anos na Gávea. O nome é uma junção dos sobrenomes dos dois casais que criaram o restaurante: Francisco e Maria Cristina Mascarenhas e Ricardo e Priscillla Guimarães.
Foi em um almoço na serra de Petrópolis com a presença dos quatro amigos que a ideia do bistrô nasceu. Chico Mascarenhas cozinhou um filé mignon que entusiasmou os convidados. Mascarenhas então sugeriu à mulher e ao casal Guimarães a criação de um restaurante intimista e aconchegante.
O bistrô logo conquistou uma clientela fiel atraída por pratos da cozinha internacional. Muitos vizinhos e amigos dos casais são clientes assíduos. A morte da empresária interrompe uma parceria de sucesso na Zona Sul do Rio.