Por adriano.araujo

Rio - Já observou que parece que a nossa sociedade capitalista vem nos treinando para dar valor apenas a quem pode nos recompensar de alguma forma? Notou que em todas as relações existe sempre uma espécie de moeda de troca? Pois é! Precisamos estar atentos a isso, para aprendermos a nadar contra a corrente, porque não é dessa forma que o cristianismo nos ensina a viver. Muito pelo contrário!

Jesus, quando curou cegos, leprosos, paralíticos e tantos outros, não esperou retribuição. Ele não estava preocupado com a ‘utilidade’ de ninguém ou com o que esse alguém poderia dar em troca, mas com o próprio indivíduo: suas dores, necessidades, dificuldades, sonhos... Ele sempre considerou a pessoa humana integralmente. O valor de cada um nunca esteve relacionado à utilidade, mas, sim, ao ser.

Por isso mesmo o Papa Francisco, no Rio ano passado para a Jornada Mundial da Juventude, no dia 27 de julho, no encontro com bispos, sacerdotes, seminaristas e religiosos, criticou a “cultura do descartável”, onde “não há lugar para o idoso, nem para o filho indesejado; não há tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada” e pediu que seja promovida a “cultura do encontro”: “O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. Temos de ser servidores da comunhão e da cultura do encontro. Permitam-me dizer: deveríamos ser quase obsessivos neste aspecto!”

Acredite: os idosos da sua família, os bebês ainda no ventre de suas mães, os que sofrem à margem da sociedade e tantos outros precisam que tenhamos a coragem de ir ao seu encontro, valorizando a vida, respeitando a essência do que cada um, de fato, é: filho de Deus e irmão nosso... Afinal, atenção e acolhida testemunham nossa fé.

Eu estou disposto a nadar contra a corrente que ensina a ‘materializar’ a pessoa humana. Quero aprender a dar valor à vida, em sentido pleno. E você, preparado para mais esse desafio? Então, ‘tamu junto’!

?Padre Omar é o reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.com e www.facebook.com/padreomarraposo

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