Por karilayn.areias

Rio - Como verdadeiros anjos da guarda, um grupo de dedicados e abnegados anônimos gasta todo o salário que recebe para resgatar das ruas e cuidar de animais abandonados e vítimas de maus tratos. Sem nenhuma ajuda de órgãos públicos, mas com um amor incondicional pelos peludos, eles contam apenas com o apoio de amigos para seguir adiante, na dura missão de salvar cães e gatos. É assim a vida de Vanderson Santos, o Tarzan de Vila Isabel, 50 anos, e a professora de estética Cláudia Teixeira, 48 anos.

Cláudia mantêm um abrigo em Pedra de Guaratiba. Para casa%2C em Copa%2C levou cinco cães vira-latas recolhidos das ruas do Rio e da Baixada Paulo Araújo / Agência O Dia

O amor pelos bichos, Tarzan herdou da mãe, já falecida. Desde os 16 anos, o herói carioca sai pelas ruas da Grande Tijuca cuidando dos bichinhos. Segurança e lutador de Vale Tudo, ele gasta R$ 4 mil por mês para manter 70 animais em casa, entre cães, gatos e três tartarugas e ainda alimentar centenas pelo bairro.

Sua maior aventura foi em 2010, quando subiu o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, para resgatar 200 animais, muitos feridos por menores. “A maior parte foi adotada. Os que tiveram sequelas ficaram comigo”, conta o lutador, que montou academia popular para jovens carentes. “Para eles gastarem energia e não machucarem os bichos”, ensina.

Cláudia não tem nome de herói como Tarzan, mas seus feitos são dignos de um. Com o que ganha como professora de estética, ela ajuda um abrigo com 77 animais em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, e ainda cuida dos vira-latas que levou para casa. “Eles estavam desnutridos e machucados. Se eu não ajudar acabam morrendo de fome”, diz Cláudia, que compra todos os dias 18 quilos de ração. “Não ganho nada. Só felicidade. São minha paixão. Quando vejo um animal sofrendo não consigo dar as costas”, diz, emocionada. Cláudia (21-999136848) e Tarzan (21- 991797905) precisam de doações, como ração, medicamentos, toalhas, lençóis e produtos pet em geral.


Lares para bichinhos sem verba

Abrigos mantidos por pessoas protetoras de animais estão enfrentando dificuldades para vacinar e vermifugar cães e gatos. Muitos fazem o cadastramento na Fazenda Modelo, espaço da Prefeitura do Rio, em Guaratiba. O problema é que, segundo as entidades, a prefeitura, através da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais (Sepda), disse que não dispõe de recursos para atender todos os animais.

“No ano passado, todos foram vacinados. Este ano, não conseguimos dar a vacina a nenhum deles. Dizem que não têm dinheiro”, critica a professora Cláudia Teixeira, que ajuda abrigo em Pedra de Guaratiba. A Sepda informou que só oferece aos abrigos a vacina antirrábica. As polivalentes são aplicadas nos animais que estão sobre os cuidados do órgão. No caso de cirurgias, há uma cota mensal de 14 animais por abrigo particular. De acordo com a secretaria, até junho foram feitas mais de 20 mil castrações e mais de 12 mil consultas clínicas em 9 postos de atendimento.

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