Rio - Mais um endereço tradicional do Centro do Rio fechou as portas esta semana por conta do aumento dos aluguéis. A unidade da confeitaria Manon, na Rua Uruguaiana, esquina com a Rua Sete de Setembro, que funcionava no edifício tombado da Casa Cavé, não teve como dar seguimento a suas atividades com a duplicação do valor do aluguel de R$ 20 mil para R$ 40 mil.
A alta de preços é confirmada pelo Sindicato da Habitação do Rio, Secovi-RJ. O preço médio do metro quadrado para locação no Centro do Rio subiu 119%, nos últimos quatro anos. A Manon, que foi fundada em 1942, não é a primeira loja histórica do Centro a suspender as atividades. A Rua da Carioca teve 15 lojas — como a centenária Guitarra de Prata, que foi tombada pela prefeitura no ano passado —, fechadas pelo mesmo motivo: pressão da especulação imobiliária. No caso da loja de instrumentos musicais, o aluguel passou de R$ 7 mil para R$15 mil.
“Deveria haver acordo entre as partes. É importante que os proprietários entendam a referência que essas lojas tradicionais representam. É lamentável”, comentou o vice-presidente do Sindicato da Habitação, Leonardo Schneider.
De acordo com o dirigente sindical, esse movimento de lojas tradicionais se fechando é explicado pela valorização imobiliária ocorrida, principalmente, nos últimos quatro anos. “A atualização dos valores dos aluguéis acaba prejudicando muitos comerciantes. No Centro, essa realidade afeta comércios tradicionais, que fazem parte da história do Rio de Janeiro”, explica Schneider.
Levantamento do Secovi mostra que, em 2010, no mês de outubro, o preço médio do metro quadrado comercial para locação no Centro custava R$ 35,46. Em maio de 2014, o valor saltou para R$ 77,60, o que representa aumento de 119%.