Por thiago.antunes

Rio - Uma mulher que durante 24 anos usou documentos falsos de outra pessoa foi presa nesta quinta-feira em posto do INSS de Magé. O golpe da doméstica Aparecida Rodrigo Ramos, de 70 anos, acabou descoberto quando ela dava entrada no pedido de aposentadoria. Nem os filhos dela sabiam o verdadeiro nome da mãe.

Nos documentos que usava, o nome dela era outro: Creuza das Graças da Silva. A verdadeira Creuza também tem 70 anos, mora próximo de Aparecida, em Piabetá. A vítima recebia cobranças indevidas do banco e teve o registro de identidade cancelado. Ela só descobriu a fraude no mês passado, quando tentava se aposentar, e o INSS informou que outra Creuza já tinha pedido o benefício.

De acordo com Creuza, o ex-marido dela, identificado como Antônio, era irmão de Mário, que se casou com Aparecida. “Eu vivi com o Antônio um ano e, pelo que estou sabendo, ele forneceu a certidão para o irmão dele (Mário) fazer essa documentação e viver a minha vida com meu ex-marido”, afirmou a verdadeira Creuza à Rede Globo.

Nos últimos anos, Aparecida foi colocando tudo que tinha — até mesmo os registros dos quatro filhos — no nome de Creuza. Maria Isabel, de 39, e Maria da Glória, de 37, filhas de Aparecida, disseram que só descobriram ontem que a mãe usava nome falso. Desde 2001, Aparecida recebia uma pensão, no valor de R$ 1.200, pela morte do ex-marido da verdadeira Creuza.

“Desde 1990 que Aparecida tirou este documento em nome da Creuza. Estamos investigando se ela e o marido, que já faleceu, tinham pendência com a Justiça de Minas Gerais e Espírito Santo. Não fizeram isso pensando em só obter lucro. Descartamos esta hipótese”, afirmou o delegado titular da 65ª DP (Magé), Robson da Costa. Ainda segundo ele, Aparecida vai responder pelo crime de uso de documento falso e, caso seja condenada, pode pegar de 1 a 5 anos de prisão.

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