Por thiago.antunes

Rio - Terminal que concentra linhas de ônibus para a Baixada Fluminense, o Américo Fontenelle, ao lado da Central do Brasil, deveria ser uma rodoviária climatizada, com painéis de LED para informar chegadas e partidas e ainda dispor de um shopping e estacionamento.

As melhorias foram anunciadas quando a Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro (Coderte) concedeu o terminal, por 25 anos, em licitação, para a Rio Terminais, em maio de 2012. Na época, a nova concessionária prometeu que iria demolir a estrutura antiga e construir novo prédio, uma obra que começaria “em breve” e duraria 24 meses.

Mais de dois anos depois, no entanto, a reforma nem começou. A concessionária alega que depende ainda de desapropriações de terrenos no entornos, que seriam de responsabilidade da Coderte, para construir o novo terminal, o centro comercial e o estacionamento.

Com longas filas e nenhum conforto%2C o terminal deveria ter ambiente climatizado%2C shopping e banheirosUanderson Fernandes / Agência O Dia

Além disso, a Rio Terminais acrescenta que espera definições sobre futuras estações do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do BRT Transbrasil para fazer a reforma do local. A prefeitura, no entanto, contesta a informação e ressalta que o traçado do VLT já está pronto e que o projeto do Transbrasil não interfere nas obras.

Os passageiros, que aguardam por ônibus em longas filas, em pé, dizem não ter visto melhorias no conforto desde a privatização. “Não há um lugar para sentarmos enquanto o ônibus não vem. Faz falta”, diz a telefonista Ana Gracinda de Castro, de 50 anos, que aguarda o 196 C para Guapimirim.

A Rio Terminais afirma o local já recebeu reforma das plataformas, nova pintura, cobertura ampliada e equipes de segurança e limpeza. Entre as exigências da Coderte na concessão, sem prazo para implantação, estavam ainda bilheterias e banheiros, que nunca foram instaladas.

Ana Gracinda reclama da esperaUanderson Fernandes / Agência O Dia

Filas duplas e até triplas

Principalmente nas horas de pico, é possível observar filas duplas e até triplas para esperar por uma mesma linha de ônibus no Américo Fontenelle, que não tem assentos para quem precisa aguardar mais tempo. “Já vi gente desmaiar enquanto estava na fila, que era grande”, contou a acompanhante Marta Lima, de 46, que espera o 492, para Nova Brasília, em Magé, junto com office-boy Cleyton Rodrigues, de 21, que completou. “Já cheguei aqui às 17h30 e só fui sair às 20h30. Coitado de quem não pode ficar muito em pé”, reforçou o rapaz.

A Rio Terminais explicou que o Américo Fontenelle recebe linhas de ônibus urbanas com característicasde embarques e desembarques rápidos e que, por isso, não é recomendável a utilização de assentos para privilegiar a melhor circulação dos passageiros pelas plataformas.

Sobre a demora relatada por passageiros pelos ônibus, a Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) informou que todas as linhas intermunicipais têm sido prejudicadas pelos congestionamentos no Centro do Rio, devido às obras na Zona Portuária, o que aumenta o tempo de espera nos pontos. Procurada pelo DIA, a Coderte não respondeu sobre a responsabilidade nas desapropriações dos terrenos e nem sobre possíveis punições à concessionária.

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