Rio - O Estado do Rio de Janeiro pode ser obrigado a aderir ao controle maior no uso da água. Em novembro, três reservatórios do Rio Paraíba do Sul poderão estar com menos de 10% do nível normal. Secretário de Saneamento Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, criticou a falta de conscientização de economia entre os fluminenses.
De acordo com Décio Tubbs, presidente do Conselho estadual de Recursos Hídricos do Rio e diretor do Comitê Guandu, a previsão é que, no final do ano, os reservatórios Paraibuna, Santa Branca e Funil estejam com quantidade de água disponível entre 6% e 8% do total. Ele afirma, porém, que o panorama poderia ser pior. Em abril, a vazão de água do rio para a barragem foi reduzida de 190m³/s (por segundo) para 165m³/s. O acordo do governo federal prevê a redução para 160m³/s.
Décio explica que se a taxa de 190m³/s fosse mantida, os reservatórios poderiam ficar com 2% do nível. “A população tinha que ser informada e usar mais racionalmente a água. Temos que fazer o dever de casa e mostrar que não vivemos em uma situação fácil”, alerta.
Em entrevista a ‘Folha de S. Paulo’, Arce disse que se continuar sem chover e se a redução se mantiver em 160m³/s, não haverá água nos reservatórios em novembro. Décio negou o cálculo do secretário paulista. “Há uma coisa, meio briga de comadres, mas faltou planejamento”, disse Décio.
Para Hélio Vanderlei, gerente de políticas públicas da ONG Onda Verde, diante das previsões, a população do estado já deveria estar economizando água. Ele acredita que com 6% não faltará água, mas o sistema operará no limite. “A Cedae deveria estar com campanha, clamando para a população economizar, mas não fará isso. Dirão que tem garantia e se não tiver, em março, já será outro governo”, aponta. Apesar do posicionamento, ele critica o secretário paulista. “São Paulo deveria olhar para a própria casa. Não fizeram o dever de casa”.