Por marcello.victor

Rio - Policiais da 35ª DP (Campo Grande) apreenderam no fim da noite de quarta-feira, em Angra dos Reis, na Costa Verde Fluminense, a menor de 16 anos acusada pela família do bebê Kaizo, de 17 dias, de participar junto com a mãe dela, Leandra Aleluia Leal, 36, do sequestro da criança no Centro de Campo Grande, na tarde de terça-feira. Segundo a polícia, as suspeitas aparecem nas imagens do circuito de rua acompanhando a mãe do recém-nascido e a cunhada dela momentos antes do rapto. Leandra ainda não foi encontrada. A prisão dela e a busca e apreensão da adolescente foram pedidas no plantão do Tribunal de Justiça do Rio durante a madrugada. Ainda não há informações sobre a decisão.

Apreendida em Angra dos Reis%2C a menor de 16 anos suspeita de participar do sequestro do bebê em Campo Grande%2C prestou depoimento durante a madrugada desta quinta na 35ªDPEstefan Radovicz / Agência O Dia

De acordo como o titular da 35ª DP, Hilton Alonso, a família de Leandra é investigada de participação no caso e na facilitação de fuga dela. O segundo-sargento Marco Aurélio, lotado no 27º BPM (Santa Cruz) é uma das pessoas. Ele é marido da prima de Leandra. O PM disse aos jornalistas ter encontrado a criança com uma mulher no Largo do Aarão. De acordo com o delegado, no entanto, durante diligência na casa da mãe de Leandra, em Santa Cruz, na Zona Oeste, ele disse que sabia onde o bebê estava e apresentou a criança pouco depois.

A menor de 16 anos foi apreendida na casa da família, no Centro de Angra dos Reis. Ela mora na cidade com a mãe, uma irmã também menor de idade e o padastro. Ele estava em Santa Cruz, onde a família de Leandra mora, prestou depoimento na 35ª DP e acompanhou os policiais até a Costa Verde Fluminense. Após a apreensão, todos foram levadas para a 35ª DP. O pai da adolescente, Cláudio de Jesus Rodrigues, aguardava e amparou a filha na porta da delegacia. Ele, o padastro e um advogado acompanharam o depoimento dela durante a madrugada.

Mãe ficou aliviada ao encontrar bebê%3A 'Foram dias difíceis'Diego Valdevino / Agência O Dia

Policiais que acompanham o caso desde terça-feira disseram que a menor confirmou que estava em Campo Grande no momento do rapto da criança. Ela disse que a mãe estava grávida e havia perdido o bebê a cerca de um mês. Desesperada, Leandra teria tramado o sequestro com medo do fim do relacionamento com o atual marido. Após o crime, a adolescente voltou sozinha para Angra e a mãe ficou no Rio. Ainda segundo os agentes, ela possivelmente estava na casa da mãe em Santa Cruz e teria fugido devido a repercussão do caso na mídia.

Família é investigada

O delegado Hilton Alonso está investigando a participação de familiares de Leandra no caso do rapto do bebê Kaizo. Boa parte dos parentes mora em Santa Cruz, em local próximo onde a criança estava. O sargento Marco Aurélio, marido da prima da acusada, é um dos alvos da polícia.

"Estávamos fazendo uma diligência na casa da mãe da Leandra quando o PM chegou dizendo que sabia onde o bebê estava. Foi a três quarteirões do local e trouxe o recém-nascido. Se sabia onde a criança estava porque não comunicou o fato? A mulher dele é prima da autora do sequestro (Leandra). Toda a família está sendo investigada", revelou Hilton Alonso, que assumiu a titularidade da delegacia há uma semana.

O atual de Leandra foi ouvido na noite de quarta-feira na delegacia. Ele confirmou que a mulher estava grávida. A suspeita dele na ocasião era de que ela teria perdido o bebê e tomou a criança da jovem para se passar por filho dela. No depoimento, o marido contou que achou estranho a mulher ter deixado o hospital horas depois do suposto parto.

A criança estava na casa da sobrinha do marido da Leandra, Alexandra de Oliveira Moreno, 18 anos, Ela também prestou depoimento. A jovem disse que acreditou que a criança era filho da acusada. Ela alegou que Leandra pediu para deixar Kaizo na casa para comprar leite. "Acredito que ela deixou a criança para se passar por filho dela", declarou Alexandra.

Na versão do segundo-sargento Marco Aurélio, o bebê foi encontrado no Largo do Aarão. "Ouvi muitos boatos no bairro que a criança estava em um lugar com uma mulher, quando desconfiei de um local onde estava uma mulher com um bebê no colo. Tenho um filho de 11 anos, não há preço que pague entregar uma criança para uma mãe", declarou aos jornalistas na delegacia. A versão dele é contestada pela polícia.

Na chegada do bebê à delegacia, o ajudante de pedreiro Rafael dos Reis, 22 anos, passou mal. O pai da criança fez um apelo mais cedo para que a acusada entregasse seu filho. A mãe de Kaizo, de 17 anos, se mostrou aliviada.

"Foram horas difíceis. Graças a Deus estou com meu filho nos braços. Isso me serviu de lição para nunca mais deixá-lo com estranhos. Faço um apelo pra quem é mãe: mesmo que falem que seu filho é bonito, não deixe na mão de ninguém, não faça o que eu fiz. Só sei que estou muito feliz", afirmou.

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