Por thiago.antunes

Rio - O ex-marido da grávida desaparecida há duas semanas, depois de ter ido fazer um aborto em Campo Grande, afirmou ao DIA que o pai do bebê que Jandira Magdalena dos Santos esperava tinha se recusado a assumir a paternidade da criança. Segundo o vendedor Leandro Brito Reis, a auxiliar administrativa relatou ter raiva do rapaz, que conheceu pela internet e com quem namorou por pouco tempo. A família de Jandira não conhece o jovem. Ele, que não teve a identidade revelada, ainda não foi chamado para prestar depoimento.

Jandira desapareceu no dia 26%2C quando iria fazer um abortoReprodução

"A pessoa que teve esse relacionamento com ela decidiu não assumir o filho nem a ajudar de forma nenhuma. Quando ela me procurou, eu ainda perguntei se tinha certeza de que iria abortar. Ela disse que tinha, porque pegou raiva do rapaz e queria se livrar dessa situação", contou Leandro, que acompanhou Jandira até a rodoviária de Campo Grande, no dia 26 de julho, para se encontrar com a mulher que a levou para a clínica de aborto.

Leandro, que viveu durante cinco anos com Jandira, revelou que ela também propôs abortar a gravidez na tentativa de retomar o casamento. Eles têm uma filha de 9 anos. Jandira ainda era mãe de uma menina de 12, fruto de um namoro de adolescência.

"A Jandira me procurou depois que saiu com esse rapaz e a gente começou a se envolver de novo, mas eu decidi me afastar quando ela me contou que estava grávida. Eu até disse que a gente poderia continuar juntos fingindo que o filho era meu, mas ela já tinha contato a verdade para a família toda. Voltei atrás, porque fiquei constrangido e isso poderia ser um problema no futuro", afirmou Leandro.

Em depoimento à polícia, o vendedor contou que outras duas moças, supostamente grávidas, também esperavam na rodoviária pela técnica de enfermagem Rosemere Aparecida Ferreira. Segundo ele, a polícia já levantou a hipótese de essas mulheres fazerem parte da quadrilha. A desconfiança surgiu depois que uma delas teria voltado à rodoviária e se negado a informar o endereço da clínica para Leandro.

“Na delegacia, me disseram que essas quadrilhas geralmente colocam pessoas para sondar se não estamos fazendo alguma investigação. A menina voltou muito rápido, andando normal, sem aparentar que estava debilitada. Achei mais estranho ainda quando ela disse que a Jandira continuava no local, mas não quis me informar o endereço ”, suspeitou Leandro.

As investigações seguem sendo realizadas sob sigilo na 35ª DP (Campo Grande). A Divisão de Homicídios da capital deve colher, nos próximos dias, o material genético de familiares de Jandira para averiguar se um corpo encontrado carbonizado, sem os membros e com uma marca de tiro na cabeça no último dia 27, dentro de um carro em Guaratiba, é ou não da grávida. Rosemere Aparecida Ferreira está foragida e ainda é a principal suspeita do crime.

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