Rio - Um veterano político fluminense diz que a velha boca de urna deu lugar a um esquema ainda mais criminoso: a compra simples de votos. Segundo ele, há até “empresas” especializadas na venda de listas de eleitores — de um modo geral, moradores de cidades do interior e de favelas do Rio e da Baixada.O esquema é que explicaria as boas votações de candidatos a deputado em regiões muito distantes de seus tradicionais redutos. O voto em cidades pequenas custa a partir de R$ 50; na Baixada, por volta de R$ 170.A negociaçãoApesar de sua experiência, ele se diz assustado com a desinibição de muitos cabos eleitorais. Conta que, primeiro, o sujeito abre os braços apoiados na mesa; depois, apela para a criatividade na hora de pedir dinheiro.Os sinônimosEle conta como é a conversa: “Uns afirmam precisar de ‘logística’ ou ‘paliativo’. Outros pedem ‘água para regar a planta’ e teve aquele que disse necessitar de um ‘faz-me rir’”.Santo de casaFilho do Pastor Everaldo, Filipe Pereira não conseguiu a reeleição para deputado federal.Rio quebradoO ex-prefeito Saturnino Braga decidiu contar em livro a história de um episório que marcou sua vida política: a falência do Rio em 1989, durante sua administração.