Por paloma.savedra

Rio -  "A polícia nunca chega lá antes, só depois da tragédia. A gente só espera pela morte". O desabafo é do pai de Roni, de 14 anos, uma das cinco vítimas - com idades entre 12 e 18 anos - da chacina que ocorreu na noite desta segunda-feira, no Parque Paulista, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. A declaração do homem, que não quis se identificar, foi dada durante uma conversa com a secretária de assistência social do município, no Instituto Médico Legal (IML), onde ainda estão os corpos das vítimas.

Cinco jovens são assassinados em chacina em Duque de Caxias

Estavam também no local os pais dos outros adolescentes assassinados e o prefeito da cidade, Alexandre Cardoso, que foi prestar assistência às famílias. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

Homens encapuzados mataram cinco jovens com idades entre 12 e 18 anos na noite de segunda%2C em Duque de Caxias. Um menor de 12 anos sobreviveu a chacina e está internadoOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Sobrevivente da chacina, o jovem Daniel Souza da Silva, 12, que foi baleado no abdômen, está internado no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, e seu estado de saúde é estável. As cinco vítimas fatais foram assassinadas a tiros por homens encapuzados, quando, segundo testemunhas, conversavam na esquina das ruas 36 e 22. Os assassinos teriam chegado em um Corsa preto e Fiat Uno e abordado os rapazes. Após agredir o grupo, os criminosos dispararam e fugiram em seguida. Ainda de acordo com moradores, pelo menos 20 tiros foram disparados por volta das 20h40.

No local, morreram Denis Alberto de Jesus e um jovem identificado apenas como Paulinho, ambos de 18, e um menor de 14 identificado como Roni. Após a fuga dos assassinos, moradores socorreram Tiago e Rafael, ambos de 15 anos. Daniel, 12, que está internado, também foi socorrido no local. Os dois primeiros não resistiram aos ferimentos e morreram. O sétimo jovem conseguiu fugir, mas foi alcançado pelos criminosos. Ele só não foi morto porque a arma do assassino falhou. Ainda de acordo com amigos, Denis voltava do colégio. Ele e Paulinho faziam serviços esporádicos como ajudante de obras.

Moradores protestaram após o crime

Revoltados, os moradores fecharam o Km 139 da Rio-Magé, no acesso ao bairro. Dois ônibus foram atacados com pedras. Um carro foi incendiado, e um jovem afirmou que o veículo era roubado e estava abandonado no local. Policias do 15º BPM (Duque de Caxias) foram ao local e dispersaram o grupo. Moradores denunciaram que ao chegar ao local do crime, eles dispararam contra quem estava no local.

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