Por nicolas.satriano

Rio - Após oito horas de negociações, os garis encerraram a greve no fim da noite desta sexta-feira, após dez dias de paralisação. Eles aceitaram uma das propostas oferecidas e prometeram retomar as atividades ainda durante a madrugada de hoje. Dois motivos atrasaram a resolução: a intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) junto à Procuradoria do Município e à Comlurb, para que os dias sem trabalhar não fossem descontados do salário.

A categoria também deixou para ontem a decisão de entrar com ação para tentar impedir o julgamento sobre a legalidade da greve, marcado para segunda-feira. A alegação para esta medida seria a de que eles aceitaram a mesma proposta oferecida na última quarta-feira pelo MPT: reajuste salarial de 8%, vale alimentação de R$ 20, hora extra para ps líderes de turmas de coleta e auxílio funeral de até R$ 800.

Garis se reuniram nesta sexta-feira e aceitaram acordo Divulgação

“Não temos nada concreto se os dias serão abonados ou compensados. É apenas uma trégua. Se iver desconto em folha, vamos parar novamente. A Comlurb, foi intransigente, mas temos que pensar em nossas famílias”, ponderou Bruno Rosa, líder dos grevistas.

Antes da reunião com a procuradora Deborah Félix, 500 profissionais fizeram uma caminhada ontem à tarde da Central do Brasil até o prédio do Ministério Público do Trabalho. “Tem hora que é preciso recuar, mas isso não significa que perdemos a batalha”, disse o presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio, Luciano David de Araújo.

Segundo Luciano, 80% dos 13.500 garis aderiram à paralisação, mas desde sexta-feira 75% deles retornaram aos postos de trabalho, cumprindo determinação da Justiça. Já Célio Viana, representante da comissão salarial formada por integrantes da ala dissidente ao sindicato, queria garantias de que os garis não serão demitidos nem sofrerão retaliações.

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