Rio - A prisão em flagrante de um policial militar, que reagiu a assalto e matou um suspeito, provocou protesto de outros PMs na porta da Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, sábado à noite. Dez colegas de farda foram até a unidade para demonstrar solidariedade ao PM. O grupo alega que a prisão foi ilegal e que o militar, que está preso, apenas se defendeu, o que configuraria um auto de resistência (morte em confronto como legítima defesa). Porém, o sargento Cláudio Farias Singelo, do 16º BPM (Olaria), foi autuado por homicídio, pois teria se ‘excedido’ na reação.
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro (Sindelpol) emitiu nota em apoio ao delegado Pablo Rodriguez e afirmou que ‘sua decisão foi lastreada em provas periciais irrefutáveis’. A PM disse que a ‘Corregedoria Interna instaurou apuração para verificar se houve a prática de crime militar e transgressão disciplinar’. O policial foi conduzido para a Unidade Prisional da PM.
Singelo saía de carro de casa, na Pavuna, por volta das 19h30 de sexta-feira, quando foi abordado por três homens armados. De dentro do veículo, Singelo reagiu e houve troca de tiros. Seu carro ficou com 15 marcas de tiros. O PM atingiu um suspeito, identificado como Alex de Melo Câmara, que ficou caído ao lado do carro do sargento. Os outros fugiram.
De acordo com a Polícia Civil, Singelo desceu do carro e disparou outras vezes contra Alex, executando-o. Dos 15 tiros que atingiram o veículo, 12 foram disparados de dentro para fora. Com o suspeito, foi apreendido um revólver calibre 38.
De acordo com o boletim de ocorrência, os peritos constataram a ‘presença de dois disparos de arma de fogo efetuados a curta distância, na região da clavícula e do ombro direito, assim como um disparo encostado na nuca da vítima, levando a conclusão de que a mesma foi executada após receber os primeiros disparos de arma de fogo.”