Por nicolas.satriano

Rio - O prefeito Eduardo Paes disse nesta quarta-feira que a construção do campo de golfe para os Jogos de 2016 está dentro da lei. Durante visita ao terreno onde ficará a instalação olímpica, na Barra, afirmou que em 2007 foi feito um pedido para criar um campo no local e que uma licença ambiental foi expedida em 2008, antes de ele assumir. Além disso, segundo Paes, os clubes do Itanhangá e da Gávea São Conrado) foram recusados pela Federação Internacional de Golfe e pelo Comitê Olímpico Internacional.

“É uma baboseira afirmar que está sendo cometido um crime ambiental”, disparou Paes, que ainda rechaçou as críticas ao uso de dinheiro privado na instalação do campo de golfe: “Há quem seja contra lucro. O prefeito não é. Por isso que fazemos tantas parcerias público-privadas”. A obra é uma PPP, ao custo de R$ 60 milhões.

A área onde ficará o campo de golfe da Olimpíada de 2016%3A prefeito diz que não há crime ambientalAlexandre Vieira / Agência O Dia

Duas ações ajuizadas no Ministério Público do Rio questionam a iniciativa. Em uma delas, que foi derrotada e está em segunda instância, o MP vê irregularidades na concessão da licença ambiental e no estudo técnico, e por isso seria preciso impedir a remoção de vegetação nativa e o “prosseguimento de toda a qualquer obra de construção das edificações previstas”.

Em outra ação, é feito pedido para apurar se o prefeito do Rio teria permitindo à Fiori Empreendimentos “vantagens excessivas e injustificadas”. O grupo imobiliário é responsável pelos R$ 60 milhões para as obras.

Por meio de sua assessoria, o prefeito informou que não se manifestaria porque não tinha sido citado pela Justiça. Sobre a denúncia de desrespeito ambiental, a Fiori sustenta que “é mera executora do projeto’ e nega prejuízo à fauna e flora.

Enquanto Paes inspecionava as obras, cerca de oito ativistas, do Ocupa Golfe, protestavam. Eles atiraram ovos nos veículos que saíam pelo portão e ocuparam uma faixa da Avenida das Américas, causando retenção no trânsito.

Área na Barra vai receber 23 prédios

Em meio à polêmica, os empreendimentos imobiliários já deram a partida. A RJC Cyrela, responsável pela obra, é a mesma que já montou estande para vender na planta os apartamentos do futuro condomínio que será construído na área, o Riserva Golfe - Vista Mare Residenziale. O retorno com o empreendimento é estimado em R$ 1 bilhão. Serão 23 prédios de 22 andares.

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