Por cadu.bruno

Rio - Cerca de 300 desalojados de ocupações na cidade do Rio estão deixando pacificamente na manhã desta quinta-feira, o terreno da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), na Via Binário, na Zona Portuária do Rio, invadido há pelo menos 16 dias. De acordo com a empresa, a reintegração de posse foi concedida na noite de quarta-feira pelo Juízo da 47ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. O trânsito foi interditado na via.

GALERIA: Terreno da Cedae na Via Binário é desocupado

Após pouco mais de duas horas de negociação com a Polícia Militar, representantes da Cedae, do governo do Estado e da Prefeitura do Rio, os invasores resolveram deixar o terreno de cinco mil metros quadrados, que fica próximo à Cidade do Samba. Três ônibus estão fazendo viagens para levar os desalojados para a sede da Guarda Municipal, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. Lá, eles serão cadastrados, segundo representantes do governo municipal.

Cerca de 300 desalojados de ocupações deixaram pacificamente%2C nesta quinta%2C um terreno da Cedae%2C na Via Binário%2C Zona Portuária do Rio%2C invadido há pelo menos 16 diasFabio Gonçalves / Agência O Dia

De acordo como Adão Dias, de 26 anos, representante dos desalojados, a maioria das pessoas que ocupavam o terreno da Cedae é proveniente das invasões ao antigo prédio da Companhia Docas, apelidado de Bairro 13; e do antigo edifício da operadora de telefonia Oi, no Jacaré, na Zona Norte. O primeiro foi demolido e o segundo invadido pela PM, ambos em fevereiro e abril de 2014, respectivamente. Segundo ele, várias famílias chegaram a receber o aluguel social prometido pela Prefeitura por três meses, mas tiveram o benefício suspenso sem prévio aviso. Outros se revezavam entre abrigos do governo municipal, onde só poderiam ficar por um mês.

"Estamos aqui e se for necessário, vamos sair pacificamente. Há várias crianças, mulheres grávidas, idosos e até cadeirante. O que queremos é um posição concreta, real da Prefeitura, sobre nossos destinos. Não dá mais pra ficar enganando, cadastrando e dizendo que vão dar apartamento, aluguel social. Só sairemos com uma posição definitiva", pregava Adão antes da saída dos invasores. Ele sugeria ainda que o grupo ficasse ocupando o terreno da Cedae até que o poder público achasse uma solução definitiva para o problema. ""Perdi a conta de quantos abrigos já fomos. Ir pra cima de pobre é mole, porque não vão prendem o pessoal da Petrobras?", ironizou.

Cerca de 300 desalojados de ocupações deixaram pacificamente%2C nesta quinta%2C um terreno da Cedae%2C na Via Binário%2C Zona Portuária do Rio%2C invadido há pelo menos 16 diasFabio Gonçalves / Agência O Dia

A movimentação policial na Via Binário e no entorno do terreno da Cedae começou ainda na noite de quarta-feira. Viaturas do 5º BPM (Praça da Harmonia) ficaram baseadas no entorno do imóvel. A entrada ou saída do local foram proibidas. A via foi interditada por volta das 6h com a chega de reforço da PM e de agentes da GM, Corpo de Bombeiros e do Batalhão de Choque. Até às 9h30, ela permanecia fechada ao trânsito.

A Cedae informou que o terreno onde funcionava depósito de garagem da empresa encontra-se em processo de venda.

Você pode gostar