Por clarissa.sardenberg

Rio - Cerca de 200 se reuniram no início da tarde desta sexta-feira no cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio, para o enterro do corpo de Elizabeth Alves, de 41 anos. A família da moradora do Complexo do Alemão morta por bala perdida estava revoltada.

"Está muito ruim, não pode ficar desse jeito. Mas não acredito que vá melhorar, pois um dia depois de minha mulher ser morta, mataram uma criança", declarou consternado Carlos Roberto Francisco, marido de Elizabeth. 

Marido de Elizabeth (primeiro a esquerda) é amparado por familiares e amigos durante enterro da esposaSeverino Silva / Agência O Dia

Francisco acrescentou que agora seus três filhos irão crescer com a ausência da mãe.

Alguns moradores do morro do Alemão começaram a fazer um protesto entre a Rua Joaquim de Queiroz e a Estrada do Itararé após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos.

Elizabeth estava dentro de sua casa, junto com a filha Maynara Moura, que também ficou ferida, mas está fora de perigo, quando foi atingida pela bala perdida. A mulher foi socorrida por vizinhos, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.

Segundo o marido de Elizabeth, Carlos Roberto Francisco, de 59 anos, os policiais que participaram da ação na favela eram despreparados e atiraram a esmo durante a troca de tiros.

Elizabeth foi morta com um tiro na boca%2C dentro de casa%2C enquanto do lado de fora policiais trocavam tiros com bandidosReprodução Facebook

"Ele viu alguém subindo pra cima da laje e minha casa fica a um metro e meio para baixo da rua. A verdade é que ele nem viu. Segundo meu vizinho, ele botava o revolver pra dentro do beco e dava tiro lá para dentro. Não foi uma autoridade, minha esposa estava deitada no chão e o meu filho falou que o policial desceu e disse assim 'corre ai gente, arruma um carro particular para levar ela para o hospital'. A pessoa não tava preparada", declarou sobre a ação policial.

No mesmo dia, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas em tiroteios entre policiais e traficantes no Complexo, segundo informou a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).

Carlos Roberto%2C viúvo da dona de casa atingida na quarta-feiraSeverino Silva / Agência O Dia



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