Por daniela.lima

Rio - Com uma malha de ciclovias de 380 quilômetros, a maior da América Latina, o Rio tem ganhado cada vez mais adeptos do uso da bicicleta. O projeto Bike Rio, serviço de aluguéis das ‘laranjinhas’, ajuda na popularização das magrelas desde 2012 e conta com mais de 580 mil usuários cadastrados. Porém, é cada vez maior o número de reclamações sobre o sistema e condições dos equipamentos, cujo objetivo é tornar a locomoção pelas ruas cariocas mais rápida e sustentável. 

Na estação da Rua do Lavradio%2C na Lapa%2C uma das bicicletas com a corrente solta%3A falta manutenção Bruno de Lima / Agência O Dia


Morador da Glória, o designer Thiago Sales, de 29 anos, prefere a bicicleta para trabalhar. “Boa parte das bicicletas são um lixo. Tanto pelo cuidado da empresa quanto das pessoas que usam”, disse. Ele sempre usa o veículo no trajeto até Botafogo, onde fica seu trabalho, mas reclama do serviço.

“Acontece muito de não ter ou de não liberar a bicicleta. Já me cobraram 50 reais indevidamente porque devolvi uma bicicleta e a estação não registrou”, reclamou, ressaltando que o problema é recorrente. No momento em que a reportagem do DIA conversou com Sales, a corrente da ‘laranjinha’ que ele tinha acabado de liberar na estação estava solta.

A situação contrasta com a Política Nacional de Mobilidade Urbana do governo federal. Ela determina que as prefeituras incluam o transporte não motorizado nos seus planos de mobilidade.

Na Internet, o site Reclame Aqui e algumas páginas no Facebook mostram o crescente descontentamento com o serviço, que nos últimos seis meses deixou de ser caracterizado nesses sites como razoável para não recomendado. “As estações não estão tendo a manutenção devida, acabam ficando inoperante e gerando transtornos aos usuários”, diz uma das reclamações.

Quem usa a magrela para se divertir pode ver o passatempo virar dor de cabeça. Na sexta-feira, as irmãs Danielle e Vanessa Castro tiveram problemas ao tentar alugar as bicicletas. Acompanhadas do amigo Rafael Noé, as moradoras de Engenho da Rainha, na Zona Norte, só conseguiram alugar duas de três bicicletas na estação 63, Praça Luís de Camões na Glória.

“Viemos aproveitar o feriado, mas acabou a bateria do celular da Vanessa e não conseguimos fazer a compra pelo telefone. A linha cai toda hora”, contou Danielle. Ela, usuária do serviço há dois anos, disse que começou a ter problemas nos últimos meses. “O serviço é legal, mas assim fica difícil”, reclamou.

Monitoramentos periódicos

A Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), que faz a fiscalização em parceria com a Secretaria Municipal de Conservação, informou que faz o monitoramento das estações por meio de análise de relatórios periódicos e fiscaliza oficinas de manutenção e rotinas operacionais. Segundo a assessoria da Secpar, desde a licitação feita em 2013, 200 novas estações foram implantadas, das quais seis faltam ser entregues.

Já a Sertell, concessionária responsável pelo projeto Bike Rio, informou que as bicicletas são inspecionadas diariamente e componentes são substituídos, a fim de evitar interrupções de serviço e falhas operacionais.

A assessoria de comunicação da empresa explicou que as estações funcionam alimentadas por energia solar e são interligadas por sistema de comunicação sem fio, e, por isso, pode ocorrer oscilação no sinal. A empresa orienta que os clientes que tiverem problemas entrem em contato com o SAC para que a ocorrência seja encaminhada para a área responsável.

Reportagem Flora Castro

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