Por nicolas.satriano

Rio - A 1ª Vara da Infância, Juventude e do Idoso, responsável pelo caso do menino de 7 anos, que foi abondonado pela mãe dentro de um apartamento no Leme, iniciou nesta quarta-feira estudo social para avaliar a possibilidade de outro parente receber a guarda provisória da criança.

Inicialmente, a avó materna ficaria com ele, mas o pedido foi revogado pelo juiz Pedro Henrique Alves, após denúncia de maus tratos. Duas primas do menino já manifestaram o interesse de cuidar do garoto. O pai dele, que é holandês e trabalha embarcado fora do Brasil, chegará ao Rio hoje e está sendo aguardado no juizado.

Mãe que deixou filho dois dias sozinho e sem comida está presa, acusada de abandono e maus tratos Fabio Gonçalves / Agência O Dia

A denúncia de maus-tratos por parte da avó chegou à 1ª Vara na noite de terça-feira. “Ainda estamos checando essa informação, mas se ficar comprovado que não tem nada contra ela, o privilégio legal de ficar com o menino é dela”, explicou o juiz Pedro Henrique. Um estudo social está sendo elaborado por psicológos e assistentes sociais para compor a audiência, marcada para julho, que definirá a guarda do menino. Além do perfil da família dele, também será levado em conta o relatório sobre o comportamento da criança emitido pelo Educandário Romão de Mattos Duarte, no Flamengo, onde o menino está desde terça-feira.

Responsável pelo acolhimento inicial da criança, o conselheiro tutelar Evânio de Paulo, informou que o próprio irmão do menino poderá pedir a guarda, a partir do mês que vem. “Ele vai fazer 18 anos em julho e pode cuidar dele”, apontou o conselheiro.

Antes de ir para o Educandário, a criança foi levada para o Centro de Recuperação Taiguara, instituição vinculada à prefeitura. “Ele chegou com muito sono e conversamos pouco, mas percebi que é uma criança muita calma”, concluiu Evânio de Paulo.

Mãe disse que fiho 'sabia se virar'

O inquérito aberto pela 12ª DP (Copacabana), responsável pela prisão temporária da mãe do menino do Leme ainda está em aberto. A Polícia Civil tenta reunir outras provas sobre os cinco registros feitos em nome dela nos últimos cinco anos. Em uma das ocorrências, ela também foi acusada de abandono de incapaz de dois filhos em 2012.

A criança de 7 anos foi resgatada do 11º andar pelo Corpo de Bombeiros no fim da da noite de domingo. Vizinhos ligaram para PM após constatarem que o menino estava sozinho em casa. Quando chegou à delegacia, ele informou que havia sido deixado pela mãe há dois dias. A mãe foi presa num bar em Copacabana um dia depois e disse que o filho de sete anos “sabia se virar”.

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