Por daniela.lima

Rio - O enterro de Patrícia da Conceição Ribeiro da Costa, de 40 anos, morta na última sexta-feira, em São Gonçalo, vítima de bala perdida, foi marcado pelo desespero da mãe da dona de casa, Marisa da Conceição Ribeiro. Em estado de choque, a mulher gritava: “Tira a minha filha daí, moço. Tiraram a minha filha de mim. Ela não pode ficar aqui sozinha, ela está dormindo”. 

Mãe de Patrícia%2C Marisa (centro) gritava%2C em desespero%3A “Tira minha filha daí%2C moço. Ela está dormindo”Carlos Moraes / Agência O Dia


O enterro foi realizado ontem de manhã, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo, com a presença de 40 pessoas. Segundo amigos de Patrícia, a mulher era a filha mais próxima de Marisa.

Tia da neta da vítima, Marcelle Gomes, 26, cobrou respostas da polícia sobre o caso. “Até agora ninguém nos chamou para ser ouvido na polícia. Também não nos deram nenhuma informação sobre o autor dos disparos”, reclamou. Patrícia tinha quatro filhos e quatro netos. Ela foi atingida durante um tiroteio na Praça Santa Izabel, no bairro de mesmo nome, ao entrar num ônibus para tentar se proteger das balas.

O confronto começou com bandidos atirando contra o comerciante Robson Madureira Cunha, 46, que tomou dois tiros, mas passa bem. Um policial militar de licença reagiu ao ataque e também foi ferido, mas não corre risco de morrer. Ele teve a arma apreendida.

Robson seria dono de uma lanchonete numa igreja evangélica. Em depoimento à Delegacia de Homicídios de Niterói/São Gonçalo e Itaboraí, ele contou que acredita ter sido confundido porque os bandidos já chegaram atirando. O PM está de licença médica e não poderia estar armado. O caso será investigado pela corporação. Desde janeiro, 70 pessoas já foram vítimas de bala perdida na Região Metropolitana do Rio.

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