Por adriano.araujo

Rio - É do movimento das próprias mãos e dos dias mais inspirados que Margareth Correa, de 53 anos, tira o sustento. Ela e mais um grupo de artesãos fazem, todas as quartas, de 9h às 17h, a Feira de Artesanato de Realengo, na Zona Oeste do Rio, reconhecida através de lei, no mês passado, por seu interesse cultural, social e turístico para a cidade. “Pra gente foi uma vitória muito grande. Fico mais tranquila por saber que não corremos o risco de sair dali”, disse a artesã, que trabalha na feira desde que começou, em 2008, e é afiada na arte de fazer enxoval de bebê, pinturas de tecido e de feltro.

São em média 30 barracas. “Nada que você possa comprar na Rua da Alfândega ou em qualquer lugar por aí, porque o que fazemos não tem o valor comercial de um celular, por exemplo, é a nossa arte”, disse a presidente da Associação Grupo de Artesões e Artistas Plásticos de Realengo e Adjacências (AGAAPRA), Selma Regina, que também expõe na feira. Selma confecciona, em geral, artesanato feito de produtos reciclados.

O feirante é responsável por sua barraca e paga R$ 20 por semana. Alguns moram Realengo, mas muitos vêm de outras regiões da cidade e do estado. A feira é na Praça do Padre Miguel, onde fica a Igreja Nossa Senhora da Conceição, e faz parte da tradição do bairro.

Modelos e estampas variadas de panos de prato, produtos reciclados, lembrancinhas de feltro, crochê, caixinhas ornamentadas e até acessórios feitos com capim dourado são expostos toda semana na praça. “É uma terapia. Muitas pessoas mais velhas, que têm dificuldade para entrar no mercado de trabalho, acabam encontrando no artesanato uma outra fonte de renda. Não é muita coisa porque tem dia que a gente não vende nada, mas é algo prazeroso, que distrai, deixa a nossa cabeça boa”, completou a presidente da associação e artesã.

?Reportagem da estagiária Amanda Prado

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