Por clarissa.sardenberg

Rio - Haylton Carlos Gomes Escafura, de 36 anos, filho do bicheiro José Caruzzo, o Piruinha, foi preso pela Polícia Militar na noite desta sexta-feira por descumprimento de medidas do sistema semiaberto. A prisão ocorreu quando Haylton chegava ao Instituto Penal Cândido Mendes, no Centro do Rio, onde cumpria pena, acompanhado por dois agentes penitenciários que atuariam como seus seguranças. Segundo a polícia, sua pena foi regredida para regime fechado e os agentes serão investigados.

Todos foram encaminhados para a 5ª DP (Mem de Sá) após determinação judicial. A polícia afirmou que cópias do depoimento dos inspetores penitenciários serão enviadas à Justiça e para a Corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que irá investigar a relação dos agentes com o criminoso.

Imagem de Haylton Escafura antes de ser preso em 2012Divulgação

De acordo com investigações, o filho de Piruinha se envolveu em um acidente de trânsito no Centro do Rio, por volta das 21h, há cerca de três semanas. Segundo o Corpo de Bombeiros, que prestou atendimento no local, havia indícios de consumo de bebida alcoólica.

Na ocasião, quem dirigia o veículo era um dos agentes penitenciários que estava com Haílton nesta sexta-feira. O outro inspetor também estava no carro. Segundo a Vara de Execuções Penais (VEP), Haylton já deveria estar de volta à penitenciária no horário do acidente.

A fiscalização do VEP descobriu ainda que no dia 7 deste mês o filho do bicheiro passou a tarde em um motel na Taquara, na Zona Oeste, e na última terça-feira participou de um churrasco em uma cobertura na Barra da Tijuca.

Haylton começou a sair para trabalhar no dia 3 de julho deste ano. Ele deveria sempre deixar a unidade prisional às 7h e voltar às 21h. A juíza Daniela Assumpção e o juiz Eduardo Oberg, titular da VEP, determinaram ainda que a empresa que empregava o filho do bicheiro seja responsabilizada.

Haylton foi preso em junho de 2012 em um cerco a 31 suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis após oito meses foragido da Justiça. Ele foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão.

Segundo investigações, ele e o bando usavam, principalmente, a venda de carros de luxo para lavar dinheiro. Na ocasião, músicos e jogadores de futebol ficaram na mira da polícia, como foi o caso dos cantores Belo e Latino, e dos atletas Diguinho, Emerson e Kleberson.

Na ocasião, a operação mobilizou Receita Federal e a PF em 14 estados. O braço-forte da quadrilha era o Rio. O grupo foi acusado de contrabando, comércio ilegal de pedras preciosas, formação de quadrilha e evasão de divisas na 3ª Vara Criminal Federal.

Você pode gostar