Rio - O fim de semana de calorão e praias cheias foi marcado também por arrastões e tumultos na Zona Sul do Rio. No domingo, mais de 30 suspeitos foram detidos acusados de participarem de saques e roubos. Em Copacabana, lanchonetes, bares e supermercados fecharam as portas com medo no fim da tarde. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram correria e agressões, além de depredação de um ônibus.
Este foi o primeiro fim de semana com sol após a decisão da Justiça, de 10 de setembro, de proibir a Polícia Militar de realizar apreensões de adolescentes a caminho da praia, sem constatação de flagrante delito. A determinação atendeu a pedido da Defensoria Pública.
“Vi umas 20 a 30 pessoas correndo, o Bibi (Lanches) chegou a fechar as portas da lanchonete e o gerente teve que pedir calma aos clientes”, relatou a moradora de Copacabana, Renata Freire, 34 anos, que almoçava na Rua Santa Clara, quando se assustou com o corre-corre.
Supermercado Zona Sul, próximo à Siqueira Campos, também baixou as portas. Um vídeo mostra um grupo de homens cercando um ônibus e jovens fugindo pela janela de emergência do coletivo na Av. Nossa Senhora de Copacabana. PMs aparecem e impedem agressões. Em Ipanema, também foi registrado tumulto na saída da praia, na Rua Visconde de Pirajá. Em Botafogo, houve relatos de que jovens aproveitaram o trânsito parado, em frente ao Rio Sul, para saltar do ônibus, pulando as janelas, e roubar pedestres e motoristas.
A Polícia Militar confirmou que houve tentativas de furtos a motoristas que estavam no engarrafamento em Copacabana e que suspeitos foram levados às 12ª DP (Copacabana) e 13ª DP (Ipanema). Até o fechamento desta edição, não foi divulgado o número total de detidos.
No sábado, também foram registrados arrastões em Copacabana, Ipanema, Botafogo e Humaitá, nas proximidades da Cobal. Uma padaria na região foi saqueada por cerca de 20 pessoas.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, repetiu ontem que a PM cumpre a decisão judicial, mas perdeu a prerrogativa de agir preventivamente.
Segurança foi ouvido e teve a arma apreendida
No dia seguinte ao arrastão próximo à Cobal do Humaitá, que culminou com um vendedor de frutas baleado, as pessoas estavam apreensivas. Francisco Francismar Vieira, de 51 anos, foi operado e seu estado é estável. Na tarde de ontem, foi montada blitz da PM próximo ao local.
A polícia abriu inquérito e um suspeito de ter feito o disparo, o segurança de um supermercado, foi ouvido e teve a arma apreendida. Agentes buscam imagens de câmeras no bairro.
Posted by Jefferson Gody on Domingo, 20 de setembro de 2015