Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Dois suspeitos de espancar até a morte o vendedor de gelo Fabiano Machado da Silva, em Ipanema, Zona Sul, admitiram, em depoimento, que se excederam nas agressões. Alan Cesar de Mesquita e Ana Alice Alves Cosme Carneiro se entregaram, no final da tarde desta quinta-feira, na Divisão de Homicídios da Capital (DH/Capital), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A terceira acusada pelo crime, Ingrid Caldeira Mendes, continua foragida.
Espancado até a morte em Ipanema%2C o vendedor de gelo Fabiano Machado da Silva foi sepultado na segunda-feira%2C na Baixada FluminenseReprodução

"O Alan foi tomar satisfação com a vítima por ter mexido com a irmã dele. Foi quando o Fabiano partiu para cima dele com a barra de ferro", explicou a delegada adjunta da DH, Patrícia Aguiar, afirmando que, no depoimento, os irmãos alegaram que não tinham noção de que as agressões iriam provocar a morte do vendedor de gelo. "Alan disse ainda que estava muito atordoado porque o Fabiano já tinha agredido lhe com uma barra de ferro, mas que em nenhum momento pensou em matá-lo", contou.

Alan Cesar é o homem que aparece de sunga branca nas imagens. Foi ele quem puxou a vítima do caminhão - Fabiano tentou entrar no veículo para se proteger das agressões - e a agrediu com a barra de ferro. Mesmo com o vendedor de gelo já caído no chão desacordado, ele deu, pelo menos, sete chutes em sua cabeça.

Ana Alice também puxou Fabiano do caminhão e o agrediu. Antes, ela aparece no vídeo tomando a barra de ferro da mão da vítima. Já Ingrid, que está foragida, deu vários golpes com a bolsa na cabeça do vendedor de gelo mesmo depois dele estar desmaiado.

Na terça-feira os três acusados tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela juíza do Tribunal de Justiça (TJ), Maria Izabel Pena Pieranti. Eles foram ouvidos apenas como testemunhas na Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na noite de segunda-feira, e liberados horas depois.

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Agentes da especializada realizaram diligências para prender Alan Cesar de Mesquita, Ana Alice Alves Cosme Carneiro e Ingrid Caldeira Mendes, que teriam usado uma barra de ferro para bater em Fabiano durante briga na Rua Gomes Carneiro, na saída de uma festa.
Na decisão, a juíza Maria Izabel destacou que a vítima não teve chance de defesa. “É de se observar que não se trata apenas de mais um homicídio, praticado em plena via pública, sob a luz do dia... A vítima fatal, depois de encurralada junto a um caminhão, foi barbaramente espancada por várias pessoas, com uma barra de ferro, recebendo ainda chutes, socos e pontapés. A ação configurou verdadeiro linchamento, não deixando qualquer chance de reação à vítima”, enfatizou.
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Em outro trecho, a magistrada ressaltou que fotografias mostram que a maioria dos golpes foram aplicados na cabeça da vítima. Os acusados alegaram que revidaram as agressões iniciadas por Fabiano. Caso a prisão temporária não seja renovada pela autoridade policial ao término do prazo de 30 dias, os três acusados deverão ser colocados em liberdade.
Irmã de Fabiano, a dona de casa Hosana dos Santos Machado, de 46 anos, mostrou-se aliviada com a decisão judicial e pediu condenação para os acusados. “A família sentiu um alívio muito grande. O problema é que a polícia prende e a Justiça solta. Queremos que sejam condenados”, contou.
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Ainda segundo ela, seu irmão não conhecia os três suspeitos, moradores de Irajá.
Alegação de defesa
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A irmã de Fabiano, Hosana Machado, contou ainda que um dos agressores alegou legítima defesa ao prestar depoimento. Alan César de Mesquita teria dito que foi defender a namorada após Fabiano ter falado algo para Ingrid Mendes.
(Com informações de Diego Valdevino)