Por paulo.gomes
O menino Kaíque Diego de Araújo Cardoso%2C de 4 anos%2C está internado em estado grave no Hospital Albert Schweitzer após ser eletrocutado na estação do BRT em MadureiraReprodução / Rede Record

Rio - Familiares do menino Kaíque Diego de Araújo Cardoso, de 4 anos, afirmaram nesta quinta-feira, na porta do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, de que o consórcio BRT tinha conhecimento de que a roleta da estação Mercadão de Madureira estava com problemas. Segundo informações, um dos funcionários chegou a entrar em contato com a concessionária comunicando que um das seis roletas estava dando choque e que o BRT não autorizou o fechamento da roleta.

O garoto sofreu uma descarga elétrica na tarde de quarta e está internado na unidade de saúde. "Ele morreu e voltou. O que aconteceu no BRT foi um fato criminoso, porque os funcionários sabiam que estava dando choque e não trancaram a roleta", desabafa a avó de Kaíque, Maria do Socorro Viana de Araújo, de 40 anos.
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No início desta tarde, o pai de Kaíque, Caio Hugo de Jesus Cardoso, de 21, afirmou que o garoto saiu do coma e comemorou: "Quem diria que um dia eu ia ver meu filho nesse estado (internado). Melhora filhão, papai te ama! Graças a Deus ele já saiu do coma. Deus poderoso!", disse. O menino sofreu duas paradas cardíacas e uma respiratória.
A estação está fechada nesta quinta e não há previsão de ser reaberta. Agentes da Polícia Civil realizaram uma perícia no local. Procurado, o consórcio BRT ainda não se pronunciou sobre a denúncia de que havia sido informado do problema na catraca.
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De acordo com o consórcio BRT, o primeiro atendimento de socorro ocorreu a pouco metros da estação do BRT, no Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira, depois que o policial Bruno Conceição de Araújo Souza, de 32 anos, estava fazendo uma patrulha no local e saiu correndo com o menino no colo até a unidade de saúde. Após receber os primeiros socorros, ele foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, de onde foi transferido posteriormente para o Albert Schweitzer. Em relação aos problemas da roleta, o consórcio informou que não foi avisado de que a roleta estava dando choque.
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Segundo informações da 29ª DP (Madureira), as investigações estão em andamento para apurar os fatos e a perícia foi realizada no local. A Polícia Civil informou ainda que um funcionário do BRT foi ouvido na unidade e os familiares da vítima estão sendo aguardados para prestar depoimento. Imagens de câmeras de segurança já foram solicitadas para análise.
Após o acidente, o Procon Estadual autuou o Consórcio Operacional BRT e destacou que o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que as concessionárias são obrigadas a fornecer serviços adequados, eficientes e seguros, o que não ficou configurado nesse caso.
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O Consórcio BRT tem 15 dias úteis, contados a partir do recebimento da notificação, para apresentar a sua defesa. Caso o prazo não seja cumprido ou os argumentos não sejam aceitos pelo setor jurídico do Procon Estadual, o consórcio será multado.
Reportagem de Julianna Prado
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