A defensora Larissa Davidovich, da Defensoria de Nova Friburgo, está atuando no caso, todo o processo está sendo on-line e realizado à distânciaReprodução Internet
Defensoria realiza divórcio onde uma das partes está no Japão e a outra em Nova Friburgo
Segundo a defensora Larissa Davidovich, que atua no caso, todo o processo está sendo on-line e realizado à distância
A Defensoria Pública de Nova Friburgo está realizando uma ação inédita para o município, com a ajuda a um ex-casal, separados por 17 mil quilômetros, a efetivarem o divórcio consensual. O ex-casal Vanessa Futigami Martins, de 37 anos, e Patricio Manabe Martins, de 42, são brasileiros e se conheceram no Japão. Em 2005, se casaram no Brasil e tiveram três filhos. Mas há dez anos decidiram se separar. Patricio voltou para o Japão e Vanessa continuou morando em Nova Friburgo.
Na época, a separação amigável parecia impossível. Porém, com o tempo e algumas conversas, Vanessa e Patrício decidiram pelo divórcio consensual, foi quando a Defensoria entrou na história. Vanessa procurou, pela internet, a comarca da Defensoria na cidade com essa demanda. Ela queria saber se seria possível contar com a DPRJ para realizar seu divórcio, mesmo com o ex-marido morando no Japão. E a resposta foi sim.
Segundo a defensora Larissa Davidovich, que atua no caso, todo o processo está sendo on-line e realizado à distância, sem que nenhum dos dois precise ir presencialmente à Defensoria. Patrício está enviando a documentação por e-mail e, tão logo a equipe da Defensoria em Friburgo receba todos os documentos devidamente traduzidos, o caso será enviado para homologação do Judiciário.
“É uma situação inédita para a gente aqui em Friburgo. Apesar de estarmos acostumados a realizar acordos em ambiente virtual em razão da pandemia, nunca tínhamos feito um divórcio com uma pessoa aqui e outra do outro lado do mundo. O principal desafio é ajustar o fuso horário para as conversas”, brinca Larissa.
“Ficamos felizes em viabilizar o acordo entre eles apesar da enorme distância física existente, pois percebemos que depois de dez anos eles poderão, em breve, virar essa página da vida deles e o melhor: de forma consensual, pela via do diálogo, sem que precisassem se deslocar e sem nenhum gasto”, esclarece a defensora.
Para Vanessa, a ajuda da Defensoria foi fundamental. Eles fizeram acordo sobre a guarda das crianças, tudo de forma amigável e à distância: “Ele chegou a ver no Japão como seria para dar entrada lá, mas ficava muito caro. Aí, em junho, eu procurei a Defensoria pelo atendimento on-line. Ainda não saiu porque precisa fazer as traduções dos documentos dele. Está sendo até rápido e tranquilo. No início, achei que a Defensoria pudesse achar que era uma brincadeira, um trote. Mas o atendimento foi rápido e está dando tudo certo. Estou bem satisfeita”, disse Vanessa.
Para Patricio, que hoje mora na cidade de Shizuoka-shi, a 180 quilômetros de Tóquio, onde trabalha numa fábrica de alimentos, tudo está saindo da melhor forma: “Está dando tudo certo, só faltam mesmo alguns documentos meus serem traduzidos. Mas realmente foi a melhor saída que encontramos porque de outra forma seria muito caro para nós”, afirmou Patrício.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.