Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Pela 4ª vez, a Campanha da Fraternidade é ecumênica. O tema agora é: ‘Casa comum, nossa responsabilidade’. O sentido de apresentar o mundo, o país, a cidade, como uma casa comum, vencendo intolerâncias, juntando diversidades e avançando em conquistas é motivador. Que venha muito ecumenismo e faça da diversidade religiosa um impulso para conquistar mais direitos.
Do livro de Amós vem o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr justiça qual riacho que não seca”. Potente e necessário pensar nos direitos, no caso específico à saúde, como algo perene. O destaque sobre saneamento básico compõe, de forma profunda, a defesa da vida, da saúde plena, dos direitos básicos que devem ser conquistados por nós e o Estado deve garantir. Pode-se iniciar fazendo com que a Lei 11.445, que estabelece as diretrizes nacionais de saneamento, seja, de fato, aplicada na vida.
Publicidade
Segundo o IBGE em 2010, apenas 79% da população tinha acesso à rede sanitária ou fossa séptica, e apenas 42% das moradias rurais dispunham de água canalizada. O Pnad de 2013 apresenta quadro no qual 10,6% dos domicílios não possuem a garantia do Estado para coleta de resíduos sólidos. Segundo o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento 2013, um pouco mais que 82% da população brasileira tem acesso à água tratada. Deve-se assegurar que o que se avançou e se avançará no meio urbano chegue com o mesmo direito nos meios rurais. Superar desigualdades são medidas decisivas para avançar em direitos.
Os serviços estruturais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza e drenagem de lixo e águas pluviais são medidas decisivas para a saúde e devem ser garantidos pelo Estado para todas as pessoas e em todas as regiões do país. Para isso o investimento deve ser maior. Mesmo para chegar em 2033 alcançando a universalização, meta do governo federal, deve-se investir cerca de R$ 16 bilhões ao ano, aproximadamente 60% a mais do investimento atual.
Publicidade
Fica a expectativa de juntar diferentes religiosidades e esse movimento reforçar a defesa da vida. É hora de superar barreiras nacionais, religiosas e culturais em uma grande convivência, ainda mais em tempos de Zika.
Eduardo Alves é sociólogo e diretor do Observatório de Favelas
Publicidade