Por felipe.martins

Rio - Tenho a honra de estrear neste espaço na mesma semana em que o Rio completa 451 anos. É justamente sobre o Rio que vamos falar tanto aqui, em prosa e sem verso, com lamúrias e até sorrisos, se for o caso. E não custa nada publicar também algumas fotos como essa ao lado, registros de um carioca que não troca sua cidade bagunçada por nenhuma outra. Pois sejam todos bem-vindos. Já que se falou em lamúrias, tratemos do inimigo número um do Rio: o mosquito da dengue, tão pequeno quanto perigoso.

Ah, não. O maior inimigo é a insegurança pública, claro. Ou será a chuva, que tem feito Belém parecer o sertão do Piauí? Não, nem é. O trânsito, claro! Tenho certeza de que os engenheiros de trânsito se reúnem todos os dias, bem cedinho, ressaquentos e mal-humorados, a discutir como piorar a vida de milhões de cidadãos. Quanto a isso, devo dizer que são um exemplo de superação permanente. Mas não. Pode ser que o grande inimigo seja a Cedae, ou a Light, ou a Comlurb. Ou seria o pensamento mesquinho da classe média? Hmmmm. Ou a ganância irrefreável da elite? Hmmmmm. Políticos!

São muitas possibilidades, como se vê, e a cada semana um desses inimigos se sobressai, revezando-se em suas maldades. Mas, no fim das contas, o que está por trás de tantas pragas é a patetocracia em que vivemos. Explico. Lá pelos anos 1960, o cronista José Carlos Oliveira usava essa expressão referindo-se aos militares que comandavam a pátria amada. Eram mesmo uns patetas.

Desde então, veio a abertura política, veio a redemocratização, passamos por um longo caminho de amadurecimento político e social. Em vez de aprendermos algo, no entanto, parece que emburrecemos. Deu no que deu.

O que não se sabia é que a patetice é contagiosa. Por algum desvio, rebolamos morro abaixo, e ela ganhou o jogo. Resultado: os espertinhos estão fazendo o que bem entendem porque sabem que a massa de patetas vai espernear no Facebook, mas vai continuar pateticamente criando mosquito, alimentando a violência, dirigindo como loucos, buscando levar vantagem em tudo, e por aí vamos. O que fazer?

Bom... Não vão faltar sugestões. Mas o que já está faltando, pelo menos hoje, é mais espaço. Até semana que vem.

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