Por marlos.mendes

É questão de cisma ou amor ao argumento? Não sei, creio que levará anos para resposta definitiva, se é que há! Alguns se apaixonaram perdidamente pela crença de que estamos vivendo um golpe de Estado, como se o atual presidente interino tivesse tomado o poder na marra, decapitando a presidente à força. Houve pleno direito de defesa e recusa, por ora, em aceitar a suposta sentença que ainda não chegou ao fim, e pode ser revertida caso se prove o contrário.

Vi artistas no Festival de Cannes empunhando cartazes, vergonhosamente, distorcendo a realidade dos fatos aqui ocorridos, usando, inclusive, dinheiro do contribuinte. Golpearam a si mesmos e parte do povo brasileiro que não comunga da mesma opinião. Falta de noção apoiar o comunismo naquele evento capitalista. Não combina com o tapete vermelho que ali simboliza o luxo e a riqueza. É o Brasil caipira! Logo tu, Sonia Braga? Não tinham o direito a essa calúnia. Sei que serei xingado pelo dito, há ódio extremo para os que não pensam como o PT.

O vice foi uma escolha da sra. Vana Rousseff — cansei de chama-lá pelo primeiro nome —, em plena lua de mel entre os partidos, e sem nenhuma consulta prévia ao povo. Dos propagados milhões de votos recebidos estão eleitores do PMDB. Ela não foi eleita somente pelo PT. Isso é fato impossível de ser desconsiderado. Qualquer que tivesse sido a aliança à época, Vana já nos constrangia ao querer se eleger com o vice escolhido por ela. Não tinha saída, ela, na ocasião, encarnava a saída e a esperança para a maioria de nós, prometeu o paraíso e nos deu o inferno.

A divisão que hoje acontece entre nós brasileiros nasceu da escolha dela, boa ou má. A resposta virá nesses 180 dias de exercício do vice eleito constitucionalmente. A ruptura entre eles se reproduziu dentro das nossas casas, com nossos amigos em lados opostos, “gozando” com a rota frase: “Não vai ter golpe!”. Brigas desnecessárias, sentimentos menores, como torcidas de futebol, nos agredimos violentamente, são tempos bárbaros.

Se houve ou não golpe, o veredicto final virá do Senado, contestado por um pedaço da Nação e aplaudido por outra. Unanimidade numa sentença como essa sempre será ilusão. Enquanto houver dois lados, sempre haverá conflito. Neste caso, insolúvel ao que tudo indica, são muitos interesses em jogo.

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