![](http://static0.odia.com.br/c8/i7/7j/c8i77j09u3r4jdxb1ypitmosd.jpg)
Rio - É da natureza humana que os semelhantes se aproximem, se afinem e, se possível, se estimem. Pactos de cordialidade deveriam ser da essência dos que se agregam em torno de uma determinada ideia. Razão por que o francês Montesquieu vaticinou, do alto de sua sabedoria, que os chamados iguais careciam, acima de qualquer outra convergência de comportamento, serem... cordiais. Este tipo de procedimento é destroçado impiamente (muito mais agora) pelos políticos que nos representam nos tempos obscuros de hoje.
As pontuações acima vêm a propósito do que tenho observado, e não de hoje, na Academia Brasileira de Letras. Os 40 intelectuais que a integram sinalizam uma forma miniaturizada de gestão e de comportamento ideais, ou próxima disso. Não sem razão são conhecidos como imortais, talvez uma homenagem a que o Brasil se afeiçoou pela exemplaridade do funcionamento da Casa. Seria, por que não?, a idealização da República perfeita dos antigos filósofos gregos, ou seja, cidadãos, notáveis em respeitabilidade, a gerir a Coisa Pública. De fato, acho que a atmosfera que existe entre os pares da ABL bem merece o ‘Senado’ que os abriga, o encantador Petit Trianon, raríssimo exemplar arquitetônico da exposição de 1922, destruída despudoradamente pela escassez de cultura e de sensibilidade, além de falta de visão histórica, dos prefeitos da cidade.