Por thiago.antunes

Rio - Faz parte do jornalismo transmitir experiências pessoais e testemunhos para conhecimento do leitor. Por mais que a comunicação hoje em dia seja dinâmica, abrangente e democrática, a quantidade de informações faz escapar do grande público muitas coisas.

E quando os personagens são pessoas simples, alçadas a posições de destaque por mérito, detalhes da formação ética, moral e familiar são desconhecidos de boa parte da população.

Este é o caso do governador Luiz Fernando Pezão, oriundo da política municipal em Piraí, cidade onde foi vereador e, como prefeito, revelou-se bom administrador, fazendo do município o mais informatizado do país, a começar pelas escolas. Assumiu posição de liderança na Associação Brasileira de Municípios e, na esfera estadual, foi alçado a vice-governador por dois mandatos e, por fim, a governador.

Esse homem público, trabalhador e dedicado, enfrenta crise monumental com fundamento maior na queda do preço do petróleo — os direitos sobre a produção representam muito no orçamento estadual —, o fracasso do projeto do Comperj e a própria crise nacional.

Os desvios que têm sido noticiados não afetariam as contas estaduais na dimensão da realidade que vivemos. Mas o importante é que os fluminenses saibam que ele tem boa origem, boa formação familiar. Conheci seu pai, Darcy, exemplar funcionário da Light, no complexo gerador de Piraí, onde Pezão nasceu e cresceu. Sua mulher, Maria Lúcia, forma entre as grandes primeiras-damas do estado. Discreta, elegante, preparada, nobre, sabe das coisas.

Nesse tiroteio que vive a política local, com maldosa exploração das dificuldades, impõe-se ao repórter o dever do testemunho. Especialmente quando se escreve em jornal tão identificado com o Rio de Janeiro. Não seria a primeira vez que um momento conturbado viesse a permitir a injustiça de julgamentos sob influência emocional, que beira o irracional.

No almoço mensal dos aposentados da Light, todos conhecendo o governador desde sempre, seria uma grande surpresa se Pezão viesse a ser envolvido em algo que pudesse o beneficiar pessoalmente.

E tem sido presente a preocupação de um julgamento precipitado manchar o seu nome, macular sua carreira. Mesmo errando aqui ou ali, levado pelas circunstâncias políticas do momento, não pode ser confundido com os que tenham agido de má-fé, em benefício próprio.

Aristóteles Drummond é jornalista

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