Por thiago.antunes

Rio - O suicídio de um policial militar do Rio, transmitido ao vivo por ele no Facebook, revelou para o Brasil a depressão e o desespero do servidor que está com salário atrasado. Que essa tragédia não seja esquecida nem se repita e sensibilize a Câmara dos Deputados, a Assembleia Legislativa e o governo do estado a tratar como prioridade o funcionário público.

A Câmara não pode mais adiar o projeto que institui o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal, cuja aprovação é vital para evitar a falência total do Rio de Janeiro. Através desse projeto, nosso estado poderá pegar empréstimos em instituições públicas e privadas para colocar em dia os salários dos servidores. Essa tem que ser a prioridade do governo.

São milhares de famílias de servidores com dificuldades de comprar o básico para o sustento. É inadmissível pedir paciência a quem não sabe como vai pagar as contas do mês porque sequer tem previsão de quando receberá seu pagamento. Da mesma forma que considero injusto sacrificar ainda mais essas pessoas com aumento na contribuição previdenciária.

Funcionários da ativa, aposentados e pensionistas estão sendo punidos há meses pela crise e, consequentemente, toda a população sofre junto com a contínua piora e até mesmo a paralisação de serviços. É por isso que nesse acordo firmado entre União e governo do Rio os servidores estaduais têm de ser privilegiados.

Espero ainda que a Alerj apresente alternativas para não penalizar ainda mais o funcionalismo e os moradores do estado. A redução dos gastos públicos, também prevista no acordo com a União, é mais do que necessária, desde que não prejudique a prestação dos serviços à população.

A penúria financeira levou caos a várias áreas da administração, até mesmo àquelas que deveriam ser tratadas como prioridade, caso da Segurança e da Saúde.

O tiro na cabeça que tirou a vida do policial militar deixou órfã uma criança de apenas 1 ano de idade. Impossível eximir o estado da responsabilidade por essa tragédia. A bala atinge também todos os servidores que adoecem e sentem-se menosprezados por estarem sem receber salários.  Que o Legislativo e o Executivo cumpram com suas obrigações, resgatando a dignidade e o orgulho de ser funcionário público.

Marcelo Delaroli é deputado federal pelo PR

Você pode gostar