Por thiago.antunes

Rio - Um sopro de esperança para o Rio surgiu esta semana com um Fórum de iniciativa da Fecomércio e da revista 'Exame', no Hotel Hilton. Foram mais de 200 empreendedores,gestores, ouvindo o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, e debatendo os temas, depois, sob a coordenação do professor Istvan Kasznar, da Fundação Getulio Vargas.

Curioso é que, após a situação crítica da segurança pública, como freio nos investimentos e que exige uma reação imediata , os projetos mais importantes para alavancar a retomada do crescimento são antigos, que dependem apenas de retoques.

Um deles, e já na pauta do BNDES para o Rio, é a criação da Zona de Processamento de Exportações (ZPE) em Itaguaí, aproveitando o Arco Metropolitano e o Porto de Sepetiba, que esteve para sair no governo Sarney, articulada pelo então ministro José Hugo Castelo Branco. A melhoria da Via Dutra, como determinante na maior integração Rio-São Paulo, é outra necessidade.

Nas vocações naturais da capital, com mão de obra de alto nível, a criação de um centro financeiro internacional ganha força. E este tem como base o Rio-Dolar, formulado pelo professor Theophilo de Azeredo Santos e defendido por Roberto Campos.

O Rio já vem se destacando ao sediar algumas das mais importantes empresas de assets do país. No entanto, é preciso mais para recuperar a perda da Bolsa de Valores, da carteira de câmbio do Banco do Brasil e da direção dos maiores bancos. Nos restaram as maiores seguradoras, como Bradesco e Sul América.

O esforço para terminar o Comperj, em Itaboraí, fundamental, por estar parcialmente feito. O turismo deve ter, já para o próximo ano, como anunciou o presidente do BNDES, um calendário de eventos suficiente para reverter a baixa ocupação de sua moderna rede hoteleira. Portanto, um olhar desses sobre a cidade e o Estado anima, quando o clima tem sido de pessimismo, parcialmente provocado por interesses políticos menores.

Todo esse quadro de homens e mulheres competentes, preparados, uma tradição histórica da cidade como símbolo maior do Brasil, faz aumentar a responsabilidade do cidadão-eleitor. Afinal, é consenso que a classe política tem estado à altura da crise.

O Rio é viável, bastaria que houvesse uma trégua na demagogia e nas divisões por motivos ideológicos e a união de todos. Aliás, só tivemos ganhos recentes quando União, Estado e Município,com apoio da sociedade se uniram em projetos do porte da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Aristóteles Drummond é jornalista

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