Felipe Kotait Borba - Divulgação
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Por O Dia

Rio - Apesar de trabalhar com Educação e em uma empresa que inova diariamente sua metodologia de aprendizagem, sempre me pego fazendo uma reflexão quando olho para o mercado em geral: como pode o mundo ter mudado, a economia ter mudado, as pessoas terem mudado e a Educação ter permanecido a mesma? Como pode meu pai ter se formado há 40 anos e hoje os estudantes ainda estarem "aprendendo" da mesma forma?

Quer paquerar? Use o Tinder. Pensou em viajar gastando menos? Airbnb. Mais liberdade de expressão? Facebook. Se recolocar ou fazer uma rede poderosa de contatos? Linkedin. Veja quantos exemplos de negócios que surgiram nos últimos anos, enquanto, na Educação, todos ainda "aprendem" da mesma forma. Os empreendedores que tornaram essas iniciativas possíveis não aprenderam isso em uma universidade, mas fazendo!

Carteiras enfileiradas, quadro negro (ou branco, não faz diferença), giz (ou caneta), professor em sua mesa como a autoridade máxima, dando aulas expositivas e aplicando provas como forma de medir o aprendizado. Sem falar no modelo dividido por disciplina, que faz com que os estudantes aprendam coisas bacanas de maneira isolada, sem terem a oportunidade de juntarem esse conhecimento e aplicarem de forma prática durante sua vida acadêmica. No trabalho, alguém pergunta o tempo inteiro para o outro como as coisas devem ser feitas? Na dúvida, "joga" no Google! Mas na sala de aula não pode. Todos são obrigados a decorar, mesmo sem entenderem o motivo. Eu mesmo decorei muito conteúdo na universidade, mas não lembro de nada. Só recordo daquilo que aprendi na prática. A teoria é importante, pois ela contextualiza. Mas ela não ensina ninguém a aplicar nada.

Hoje, as salas de aula deveriam ser espaços tecnológicos de aprendizagem, que estimulassem a liberdade e autonomia dos alunos, com os desafios da vida real e um formato aderente ao mercado de trabalho.

O professor não tinha que ser mais uma "autoridade" e a construção do conhecimento deveria ser feita em parceria, com a particularidade de cada um sendo respeitada. A participação do estudante era para ser ativa (como na vida real) e o professor, o facilitador do processo. E, por fim, o aprendizado tinha que ser baseado em competências: possuir a habilidade necessária para executar uma tarefa. O objetivo seria que o estudante realmente aprendesse e não decorasse.

Há três anos, com a necessidade de acompanhar o mercado de trabalho, começamos esse movimento por aqui. Fizemos uma revolução. Mas uma andorinha só não faz verão. Que tal mudar esse quadro?

Felipe Kotait Borba é diretor Comercial e de Marketing da Celso Lisboa

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