Ruy Chaves, colunista do DIA - Divulgação
Ruy Chaves, colunista do DIADivulgação
Por Ruy Chaves Especialista em Ediucação

Acorda, Brasil, deitado eternamente em teu berço esplêndido apenas no hino que arrepia! Se és realmente belo e forte, impávido colosso, se és realmente gigante pela própria natureza, por que o futuro que espelha esta grandeza nunca chega?

No passado, o Brasil sempre foi o país do futuro, mas o presente que estamos permitindo acontecer rouba a nossa perspectiva de sociedade de paz e harmonia, com desenvolvimento e justiça social. Acorda, pessoal, o campeonato mundial de futebol começou!

Estamos vestidos, corpo e alma, de verde e amarelo, com amor incondicional pelo Brasil, como sempre e para sempre. Mas, pela primeira vez, não vestimos nossas ruas e praças com as cores da pátria, não acabamos com os estoques de cornetas e de apitos estridentes que inundavam nossas concentrações para os jogos, fé inabalável em nosso time.

Claro, o futebol não é o ópio do povo e nossos jogadores não são super-heróis, não salvarão a pátria de chuteiras desta crise sem precedentes, tempos sinistros sob corrupção, violência, incompetência de gestão e desemprego.

No entanto, em nossa seleção temos extraordinários exemplos de solidez familiar, atletas trabalhadores dedicados e competentes, educados por suas famílias para o bem e para o futebol como forma de libertação de suas origens, mesmo em comunidades sob muitas carências, tão adversas para seu desenvolvimento pessoal e profissional. Vi, com emoção e orgulho, a televisão contar a vida desta gente do bem que vai defender o Brasil na Copa do Mundo, jogadores com responsabilidade, talento e arte e um professor com obsessão pela integração de competências para alto desempenho: que timaço!

Estamos, ainda, sob a tragédia dos 7 x 1, o que parece expressar a nossa realidade como país que nunca dá certo, a violência e a velha política destruindo a vida e a esperança. Somos campeões do mundo em corrupção, impunidade e violência urbana e estamos entre os piores em índice de desenvolvimento humano e social, em educação, ciência e tecnologia.

Ganhando ou perdendo a taça tão cobiçada, teremos que nos preparar para as eleições de outubro e voltar a construir o Brasil que queremos. E se não adequarmos a educação de nossa gente ao século 21 continuaremos escravos de nossas circunstâncias, nunca senhores de nossos destinos.

Rumo ao hexa, Brasil! Panta rei. 

 

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