Ruy Chaves, colunista do DIA - Divulgação
Ruy Chaves, colunista do DIADivulgação
Por Ruy Chaves Especialista em Educação

Não garanto que foi exatamente assim, afinal, ao tempo da mitologia grega eu era apenas um menino, mas da união entre Equidna, metade mulher, metade serpente, e o monstruoso Tifão, resultou a Quimera, fera com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente, sempre cuspindo fogo pelas narinas enormes. Como já existiam o fato e o fake, outra turma espalhava no WhatsApp que a Quimera seria filha da hidra de Lerna e do leão da Nemeia e semeou o terror até sua morte pelo herói Belerofonte montado em seu cavalo alado, o incrível Pégaso.

Como o tempo altera a fisionomia das coisas, o termo quimera passou a designar qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa associada a elementos disparatados e incoerentes.

O Estado do Rio de Janeiro vive tempos de Quimera, a besta mitológica por toda parte, o tempo todo deixando rastros de violência e destruição, de impunidade e dor, de humilhação e desonra!

Nestes sombrios dias recentes, em represália a ações policiais, traficantes incendiaram um ônibus na Via Dutra e tentaram impedir que seus passageiros deixassem o inferno em que se transformou o veículo.

Em Niterói, a crônica da morte anunciada por omissão dos poderes públicos chora a tragédia de mais um deslizamento com muitas vítimas.

Enquanto somos abatidos nas ruas como galinhas de feira, hospitais agonizam, a rede de escolas técnicas entra em fase de extinção e a Assembleia Legislativa se transforma na Furna da Onça, a toca macabra em que 10 criminosos travestidos de deputados vendiam suas almas ao diabo, desonrando o Pai, o Filho, a Mãe e o Espírito Santo, roubando a dignidade e o futuro de nossa gente .

Mas, Quimera também significa sonhos fantásticos, esperanças ou desejos muito difíceis de realizar, como utopias. Então, no Rio de Janeiro seremos sempre dominados pelas Quimeras das trevas, incapazes sempre de atuar como almas únicas em corpo único, para a garantia da vida em paz e harmonia, realizando o bem comum, ideal de convivência?

Seremos sempre escravos de nossas circunstâncias e não senhores de nossos destinos?

Que nas eleições de outubro tenhamos montado em Pégaso e escolhido a Quimera que perseguirá as nossas utopias e não a Quimera que continuará cuspindo fogo sobre nós! Finalmente, agora é a hora, é mais que tempo de se tirar as máscaras! Ou não? Panta rei.

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