Ruy Chaves, colunista do DIA - Divulgação
Ruy Chaves, colunista do DIADivulgação
Por O Dia

Rio - A guerra eleitoral acabou, é Natal, tempo de desarmar espíritos e quadrilhas de criminosos que atuam nos palácios e nas periferias, tempo de reconciliação e de paz na Terra entre os homens de boa vontade. Por ora, atropelando sinos da esperança, assombra-nos a concordância de alguns ministros do STF com o Insulto de Natal proposto pelo Presidente da República que, a partir de janeiro, com o fim de seu mandato, deverá responder a processos criminais perante juízes de primeira instância.

Nossa Excelência quer perdoar políticos, empresários e servidores públicos corruptos, ratos gordos insaciáveis presos por crimes de lesa pátria. O STF lava as mãos e passa a terrível lição de que, sob vigência do Estado Democrático de Direito, a Constituição Cidadã, que tem no homem a sua razão única, permite ao Presidente o direito absoluto de indulto à gente do mal que estuprou a nação e dilapidou suas riquezas. O indulto à corrupção das elites impõe insulto ao Brasil e ao seu destino.

Tempos sinistros! Dizem as más línguas que o Papai Noel, que nos bons tempos voava de trenó com renas encantadas, agora também é passageiro frequente de camburões da Polícia Federal, acusado de fraudar licitações e cobrar propina de 8% sobre brinquedos de Natal. E, tragédia maior, a desconstrução de sua identidade, de sua pureza: sua barriga era falsa, escondia travesseiros surrados, e sua barba era de plástico, presa por elásticos atrás de orelhas encardidas. As cópias malfeitas e suadas do Noel brasileiro que vendiam fotografias pelas cidades não nos tapeiam mais.

Espero que, como herói dos tempos modernos da brava e sofrida gente brasileira, o verdadeiro Super Noel, a quem já fiz minha cartinha, garanta que o Presidente da República, governadores, senadores e deputados recém ungidos pela vontade soberana da nação rompam com a sociedade da mentira, que se arrependam de seus pecados mortais e cumpram suas promessas de campanha, honrando o Pai, a Mãe, o Filho e o Espírito Santo.

Super Noel, que tal mostrar que não és apenas um Bom Velhinho, que tens muito por fazer, com dedicação e competência? Se ainda há tempo, constrói um novo tempo de harmonia e prosperidade. Se perdemos o tempo, põe o mundo nos teus olhos e chora sobre o Brasil. Quem sabe o que tua lágrima fará brotar da terra ácida? Panta rei.

Ruy Chaves é especialista em educação

 

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