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Por Leila dos Santos Macedo Educadora e fundadora da Olimpíada Bras. de Biologia

Rio - A Educação é sempre tema alarmante no país. Um dos dados preocupantes vem da edição de 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que analisa jovens de 15 e 16 anos em 70 países em Matemática, Leitura e Ciências. O estudo mostrou que 61% dos brasileiros não conseguem sequer chegar até a última questão da primeira parte da prova.

Na Finlândia, esse índice é de apenas 6%. Artigo do 'Economics of Education Review', publicado em 2018, mostra como a queda de rendimento dos alunos de um país tem forte relação com o crescimento econômico.

A desmotivação tanto do aluno como do educador no Brasil são questões fundamentais para reverter o atual quadro. Nos países que se destacam na Educação, vemos uma motivação intrínseca dos alunos e dos professores.

Já o Brasil é o país que menos valoriza seus professores, frente a outros 34 analisados pelo Índice Global de Status de Professores (GTSI), divulgado também em 2018.

As olimpíadas de conhecimento são umas das poucas iniciativas individuais que fomentam o reconhecimento por meritocracia de alunos e de professores que se destacam. No caso da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), criada em 2004, os principais objetivos são estimular o interesse no tema e aproximar a universidade do Ensino Médio, diminuindo a defasagem entre as inovações científico-tecnológicas e sua divulgação aos estudantes de nível médio, bem como aos professores.

A OBB possibilitou a atualização dos professores, valorizando seu papel e premiando os que se destacam. Em uma só edição, a olimpíada conseguiu reunir 32 mil estudantes e trouxe para o Brasil mais de 30 medalhas nas olimpíadas internacionais realizadas em vários países. A falta de aproveitamento no Brasil de cérebros de valor, identificados ao longo dos 15 anos de OBB, fez com que esses alunos, agora profissionais, migrassem para instituições no exterior, tais como MIT, Harvard, Stanford, Cambridge, e empresas.

A qualidade na Educação no Brasil passa pela meritocracia, por condições de incentivo para os professores e alunos. Mas é preciso o apoio do governo.

Nossa experiência com a OBB nos leva a crer que este é o caminho que conduzirá o Brasil a reversão do quadro perverso da Educação e nos permitirá competir com os gigantes asiáticos.

Leila dos Santos Macedo é Educadora e fundadora da Olimpíada Brasileira de Biologia

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