Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por O Dia

Rio - O presidente João Figueiredo passa a história como o autor da anistia ampla, geral e irrestrita, que promoveu para pacificar e unir o Brasil e que veio a ser traída pelos revanchistas a partir do governo Fernando Henrique Cardoso.

Foi o responsável pela abertura política e sua sucessão foi livre, elegendo um nome da oposição, mas pelas regras definidas ainda no período militar pelo presidente Ernesto Geisel.

No entanto, João Figueiredo foi muito mais do que isso. Foi um grande presidente que triplicou a produção nacional de petróleo, tocou o programa energético com obras do porte de Tucuruí, inaugurou parte de Itaipu e investiu na habitação popular e no saneamento básico mais do que qualquer governo anterior ou posterior.

Contou com um time de craques, como Delfim Netto, Nestor Jost, Ernane Galvêas, César Cals, Mário Andreazza, Jarbas Passarinho, Saraiva Guerreiro, Hélio Beltrão, Leitão de Abreu e Ibrahim Abi-Ackel. Parece inacreditável que o Brasil tenha tido uma equipe de governo de tal nível de competência, há tão pouco tempo.

Perseguido pela ala esquerda da opinião publicada, Figueiredo dizia, em tom de brincadeira, que iriam sentir saudades dele e dos demais presidentes militares. Acertou em cheio !

Uma simples iniciativa mostra a dimensão de sua sensibilidade para o trato correto dos assuntos públicos: em meio à crise na economia - choque do petróleo e crise mexicana -, a inflação disparou, juros altos, consumo reduzido. A indústria automobilística não tinha pátios suficientes para estocar a produção encalhada. Foram pedir redução de impostos, fato que se repetiu depois nos governos seguintes. Mas no seu foi diferente; teve a iniciativa, e foi dele mesmo e de mais ninguém, de dar o desconto dos impostos e financiamento da Caixa Econômica aos motoristas de táxi, alegando que assim atendia a classe, prestadores de serviço e trabalhadores, as fábricas e a todos os usuários de táxi. Sem demagogia e sem bater no peito.

A produção mineral brasileira nunca mais foi a mesma, inclusive no ouro, pois a Constituinte veio a liquidar praticamente o setor, salvo cinco anos depois, na revisão de 1993.

Lembrar de Figueiredo neste momento é renovar esperanças no Brasil que renasce no seu estilo de buscar fazer o bem e não o aplauso fácil na omissão e na renúncia à autoridade e ao dever com a pátria.

Aristóteles Drummond é jornalista

Você pode gostar
Comentários