Ellen Moraes Senra - Divulgação
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Por Ellen Moraes Senra Psicóloga e Especialista em Terapia Comportamental

Rio - Quando falamos de inclusão, muitas vezes, pensamos em inserir uma pessoa com características vistas como fora do padrão num contexto de mercado de trabalho de maneira a promover direitos iguais aos demais trabalhadores, seja no âmbito empresarial, industrial ou até mesmo em campos como magistério e outras profissões onde há a possibilidade de atuação autônoma. Todavia, antes de darmos continuidade, precisamos destacar o significado literal da palavra inclusão.

No dicionário, inclusão quer dizer "integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade: políticas de inclusão; inserção, incluir em algum contexto (...).".

Devemos destacar que a visão social que temos de inclusão é um tanto injusta desde a infância quando falamos em campos acadêmicos, pois em nosso país, incluir alguém em algum lugar significa nada mais do que inserir o indivíduo num contexto onde ele possa ser visto como "normal", ou seja, recebendo as mesmas condições que qualquer outra pessoa no mesmo contexto.

A verdadeira inclusão está em entender os problemas, dificuldades e a as dores do indivíduo, disponibilizando recursos de acordo com suas necessidades.

Para incluir um indivíduo no mercado de trabalho, não podemos simplesmente jogá-lo num ambiente que não oferece os recursos necessários ao mesmo. Isso seria uma segregação ao invés de uma política inclusiva, algo equivalente a uma medida paliativa para cumprir a obrigatoriedade de colocar no quadro de funcionários pessoas que atendam critérios de necessidades especiais.

Essa análise nos leva a perceber que ainda há um longo caminho a percorrer para que as tais políticas se tornem eficazes e condizentes com significado literal do termo.

Ainda em tempo, para criar um ambiente de maior inclusão, uma empresa precisa prever os diferentes tipos de dificuldades passíveis ao ser humano de forma a prevenir que as mesmas aconteçam, ou seja, se faz necessário entender as acessibilidades que se podem criar, tal como letras aumentadas para deficientes visuais leves, rampas e barras no banheiro para cadeirantes, dentre tantas outras possibilidades.

Todavia, fica ainda a importante dica de ter uma abertura de diálogo com o funcionário de forma que aqueles que possuam quaisquer dificuldades possam se sentir confortáveis em sugerir mudanças à empresa.E isso não pode ser perdido ou negligenciado.

Ellen Moraes Senra é psicóloga e especialista em Terapia Comportamental

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