Implantado em 1968, o Ato representou o autoritarismo no Brasil, significando a notória intenção de governar o Brasil “com mãos de ferro e luvas de seda” por longo prazo. E isso deu certo, pois foram 20 anos de ditadura. Para um Estado democrático de direito, as premissas que sustentam uma governabilidade nesses moldes são totalmente desproporcionais e contrárias ao mundo moderno de inovações, tecnologias e informação na palma da mão.
Com a recente polarização não foram raros os cidadãos defendendo a volta da ditadura. Muitos sem saber o que isso significou. Mas quando essa menção vem de autoridades é ainda mais preocupante, pois todos sabem as consequências de um estado impositivo, com normas demasiadamente duras, censuras e intolerância a tudo que é diferente. Como associar isso à era da internet e das redes sociais, por exemplo?
Além disso, não podemos desprezar o que há no mundo atual. A palavra de ordem é diversidade, respeito às opiniões, além do empoderamento, seja das mulheres, dos negros e público LGBTQI. Discriminar é crime. Simples assim.
Claro que somos a favor dos valores da família, da moral e da ética. Mas quem disse que pensar diferente é ir contra esses princípios? A sociedade precisa compreender a velha máxima que “o meu direito começa quando o do outro termina”. Expressar-se é um direito. Manifestar é legítimo e reivindicar é permitido, desde que se mantenha o equilíbrio e não misture violência na mensagem que se deseja passar. Isso vale para todos.
Neste final de ano, fica o desejo de que todos, essencialmente nossas autoridades, possam pensar e agir com maior cuidado, inclusive no que falam. Afinal, hoje todos nós somos formadores de opinião e influenciadores e se é para compartilhar algo, que seja o bem coletivo.