
Na área cultural, há iniciativas interessantes de integração entre os nove países, como a Galeria da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), sediada em Lisboa. Uma exposição recente naquele espaço reuniu mais de 50 artistas de diferentes países. A mostra teve o objetivo nobre de angariar fundos para ajudar a erradicar a fome nos países que falam português.
Outro exemplo concreto da integração é o evento dos Jogos Desportivos da CPLP, que terá sua 12ª edição no Timor Leste, em 2020.
As conquistas são inegáveis, mas é preciso avançar para que os nove países tenham uma integração de fato. Artistas criticam, por exemplo, os entraves para a obtenção de vistos nos países membros. Essa barreira dificulta o intercâmbio cultural, uma vez que muitos artistas não conseguem levar suas obras para exposições internacionais.
Embora os chefes de Estado e de Governo da CPLP se reúnam ordinariamente em conferências, também há críticas de omissão em algumas questões, como na crise política na Guiné-Bissau e a violação dos direitos humanos na Guiné Equatorial.
Estudiosos apontam, ainda, a necessidade de se buscar propostas conjuntas para resolução de problemas enfrentados pelos jovens em questões relacionadas à educação, emprego e integração social. Outro objetivo que me parece fundamental é que as nações com menores dificuldades financeiras apoiem os demais países em situação mais vulnerável, principalmente nas áreas da saúde e do ensino.
Que essa data de 5 de maio represente muito mais que uma nova comemoração no calendário mundial. Que ela seja o ponto de partida para fortalecer, definitivamente, os países de Língua Portuguesa diante da comunidade internacional.
*Isa Colli é jornalista e escritora