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Por Antonio Florencio de Queiroz Junior
A produção brasileira registrou, no trimestre encerrado em setembro, crescimento igual a 0,6% frente ao trimestre imediatamente anterior, portanto acima das taxas verificadas no primeiro e segundo trimestres deste ano (0% e 0,4%, respectivamente). Em termos anualizados a economia cresce, portanto, a 2,5%.

Pelo lado da oferta, a maior alta foi da Agropecuária (1,3%), seguida pela Indústria (0,8%) e pelos Serviços (0,4%). Puxaram o crescimento do setor de serviços ligado as atividades financeiras, que incluem os Seguros (1,2%), seguidas do Comércio (1,1%).

Pelo lado da demanda, impulsionaram o crescimento do PIB o Investimento (2%) e o Consumo Privado (0,8%). Por outro lado, as despesas do governo registraram queda de 0,4%.

Desde 2015, ano de inflexão da política fiscal, os governos que passaram pelo comando do país têm empenhado esforços para controlar o crescimento das despesas primárias, a fim de dominar também a trajetória da relação dívida bruta e PIB. A partir de então, a redução das despesas do governo tem aberto espaço, lentamente, para a ampliação das despesas com consumo e investimento, sem criar grandes pressões inflacionárias.

A redução da inflação, por sua vez, permitiu que tanto o Banco Central quanto o Governo Federal adotassem medidas de estímulo ao consumo privado (redução da taxa de juros, liberação dos recursos do FGTS e o pagamento de décimo terceiro aos beneficiários do Bolsa Família). Não é à toa, portanto, que o consumo e investimento lideram hoje o crescimento do PIB nacional.

Espera-se que as reformas das instituições fiscais já realizadas no país (Lei do Teto dos Gastos e reforma da previdência), somada às reformas que estão por vir (reforma administrativa, por exemplo), abrirão em um futuro próximo espaço no orçamento público brasileiro para a realização das despesas que realmente tem o condão de ampliar o bem-estar da sociedade, quais sejam, o investimento maciço em infraestrutura (pontes, estradas etc.) e as despesas com educação, hoje iguais a aproximadamente 1,5 p.p. do PIB.

Outro reflexo positivo da confiança na consolidação da economia é a expectativa dos empresários para o Natal. Em pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), 41% dos estabelecimentos fluminenses pretendem realizar, ou já realizaram, encomendas com o intuito de ampliar seu estoque para o Natal. Dos empresários que estão otimistas, 57,3% afirmam que vão manter o planejamento dos anos anteriores e realizar encomendas respeitando os meses de costume, que predominantemente são outubro e novembro. Dentre os empresários otimistas, 29,7%, afirmaram que suas encomendas serão maiores em relação ao ano passado. No que se refere ao faturamento, 21% dos empresários esperam arrecadar um valor maior de vendas em 2019, se comparado a 2018.

É importante registrar que os impactos das medidas tomadas pelo governo e Banco Central para ativar a demanda privada deverão surtir efeito no último trimestre do ano. Redução da taxa de juros, liberação dos recursos do PIS-PASEP e FGTS e o pagamento do 130 para os beneficiários do programa Bolsa Família vão dar maior tração à economia brasileira e fluminense no final deste ano. A promessa é que tenhamos o melhor Natal desde 2014.
*Antonio Florencio de Queiroz Junior é presidente da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do estado do Rio de Janeiro - Fecomércio RJ