Assim que terminei a leitura desse pequeno trecho, o apreço e o enternecimento tomaram conta de mim. Penso que devemos amar a educação como uma criança.
Ela continuou: “Nunca vi você triste, nunca vi minha professora triste. Mas Vocês ficam tristes, professor? Uma vez eu fui para a escola triste. Minha professora me viu assim e foi falar comigo. Ela conseguiu me animar. Voltei a ficar alegre. Às vezes, eu acho que ela é minha mãe”.
De fato, só se compreende bem a grandeza do ofício docente com os olhos de quem aprende. Ninguém considera mais um professor que o seu aluno.
É preciso valorizar o professor com salários dignos, condições de trabalho dignas, reconhecimento profissional, condições para que o ensino seja estimado como essencial para o desenvolvimento da nação. Trata-se de uma dívida social. Estabelecer projetos formativos para o magistério, nas instituições públicas e privadas; na educação básica e no ensino superior. É preciso vontade política para que isso aconteça.
Por que alguém escolhe ser professor? Atualmente, apenas 2,4% dos alunos de 15 anos têm interesse pelo magistério. Quanto menor a escolaridade dos pais, maior é a proporção dos interessados. Talvez o reconhecimento exista naqueles que não tiveram acesso apropriado à educação.
Ser professor é um ato de ousadia. Ousadia de concorrer contra os números. Trilhar um percurso em que o maior estímulo será a coragem de seguir em frente.
Minha pequena aluna concluiu sua carta assim: “No futuro, pode ser que eu não me torne professora, mas quero ter o mesmo amor que um professor tem pelo que faz”.