OPINA8JAN - ARTE O DIA
OPINA8JANARTE O DIA
Por Marcos Espínola*
Mais um ano se inicia e, com ele, renovam-se as esperanças sobre os mais variados aspectos, seja na esfera familiar, profissional e diante da vida como um todo. O que se espera, obviamente, é sempre melhorar, prosperar e ter acesso a uma vida digna, com saúde, educação e segurança. Neste último aspecto, embora ainda haja muito a ser feito, o Rio de Janeiro apresenta melhorias que merecem ser ressaltadas, dentre elas a diminuição da morte de policiais.

Depois de liderar o ranking dos estados, sendo o que mais contabilizava morte de policiais militares, o Rio fechou o ano de 2019 com 57 baixas. É a menor taxa dos últimos 25 anos.

Em verdade, nos últimos dois anos, ou seja, já no ano anterior, esses números começaram a cair. Em 2018 foram 92, segundo levantamento feito com base em dados internos da PM. Este número foi 43% a menos do que os registrados em 2017, quando morreram 163 policiais, segundo a Comissão de Análise da Vitimização Policial da corporação.

Agora, com os dados de 2019, mais uma queda é registrada, dessa vez de cerca de 38% em relação a 2018 e em torno de 65% em relação a 2017. Números que ainda não são os ideais, mas que comprovam que algo está mudando.

Os números do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) também demonstram melhoras nos índices da violência, porém o alto número de pessoas mortas por agentes de segurança entre janeiro e outubro do ano passado, 1.546 pessoas, média de cinco por dia, ainda é um desafio para o Estado, pois se trata do maior índice desde 1998 (início da série histórica), segundo dados do próprio ISP.

No entanto, após o primeiro ano da nova gestão, é notória a busca por ações mais eficazes que possam amenizar tanto as mortes dos policiais quanto a de civis que nas últimas décadas, infelizmente, viraram uma constante na Cidade e no Estado em geral.

A sensação é de que estamos no caminho certo, embora saibamos que a estrada é longa, pois foram décadas de políticas equivocadas. Os altos índices não têm uma causa única. Eles são resultados de vários fatores, todos eles ligados a gestões do Estado com descasos e aparelhamento da máquina que prejudicaram áreas técnicas.

Neste 2020, renovemos a esperança, desejando que esse novo comando que ainda está no começo do trabalho possa dar uma guinada cada vez maior na direção de trazer de volta a paz e ordem ao Rio de Janeiro.

*Marcos Espínola é Advogado Criminalista e Especialista em Segurança Pública