Opina5fev - Arte: Paulo Márcio
Opina5fevArte: Paulo Márcio
Por Marcos Espínola*
Todo mês de janeiro é marcado por catástrofes causadas pelas fortes chuvas, que, em tese, não podemos controlar, embora, de um modo geral, se parássemos de agredir o clima no Brasil e em escala mundial, contribuiríamos para amenizá-las. Neste início de 2020, a bola da vez foi Minas Gerais, com volume de chuva acima do normal, provocando enchentes, desabamentos, destruição e mortes. Somado a isso nos deparamos com a ameaça mundial com o coronavírus e, particularmente no Rio, a poluição da água. Ameaças que vêm, literalmente de todos os lados, da terra (tendo ainda a violência urbana), da água e do ar.

O planeta está se deteriorando. Para os mais religiosos, se trata das pragas previstas na bíblia, o sinal do fim dos tempos. No olhar mais científico, efeitos de anos de agressão ao meio ambiente, conta que, agora, a natureza cobra. Não é possível mais negar a mudança climática e a degradação provocada pelo homem. Geleiras derretendo, regiões frias esquentando, as quentes esfriando, desmatamentos, queimadas e tempestades fora de época. Tem de tudo.

Quanto ao novo vírus há uma dificuldade mundial nesse controle. Hoje, há muito mais gente no planeta cuja população é de mais de 7,7 bilhões de pessoas. Com a globalização, vivemos mais próximos uns dos outros, tendo gente circulando de um país para o outro em grande escala. Como o vírus se passa por um espirro ou tosse o risco é eminente e quase que incontrolável.

Olhando para o Rio de Janeiro, não bastasse a criminalidade e a crise moral e ética, na qual todos os governadores das últimas décadas, presos, são investigados ou condenados por crimes de corrupção, agora chegamos ao cúmulo de não ter água de qualidade para a população. Se a violência já havia tirado do carioca o direito de ir e vir, previsto na constituição, hoje, nos privam da água, recurso ambiental essencial para a qualidade de vida.

Embora não haja na Carta Magna de forma explícita a água como direito do cidadão, ela é primordial para o ser humano e para o próprio meio ambiente de onde ela vem, e, este, é alvo de proteção constitucional. Também em Minas foi através da água contaminada que alguns lotes de cerveja intoxicaram consumidores.

Enfim, todos estão com sede não só de água, mas de cumprimento dos direitos básicos e de maior proteção ao nosso planeta. Todos que maltratam a Terra protagonizam um suicídio coletivo, movido em boa parte pela ganância. Como diz Beto Guedes na música O Sal da Terra “És o mais bonito dos planetas...Tão te maltratando por dinheiro...”.

*Marcos Espínola é advogado e Especialista em Segurança Pública