Opina10fev - Arte Paulo Márcio
Opina10fevArte Paulo Márcio
Por Thiago Pampolha*
Cuidar do meio ambiente. Com certeza você já ouvir falar sobre o tema, mas nunca parou para pensar seriamente sobre a importância de fazer a sua parte nessa luta. Como presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, me tornei ainda mais consciente da capacidade que cada um de nós tem de colaborar pela preservação da natureza. E ter acesso à informação é o primeiro passo. Você sabia, por exemplo, que o copo plástico descartável, item muito utilizado não somente em festas, mas para servir água em órgãos públicos, é produzido a partir de poliestireno, um derivado do petróleo, fonte não renovável de matéria-prima, e que por isso não são de compostos pela natureza?

Copos de plástico podem levar até cerca de 400 anos para se decompor no meio ambiente, poluindo os mananciais e comprometendo a vida de inúmeras espécies marinhas. Uma saída para diminuir tal impacto seria a sua reciclagem, mas, segundo estudos recentes, os copos plásticos são os resíduos urbanos menos reciclados do mundo por causa do seu baixo custo de mercado: são necessários cerca de 250 copos plásticos para um retorno de R$ 0,20.

Esses são apenas alguns argumentos que me levaram a propor um projeto de lei que proíbe a administração pública estadual de adquirir copos e recipientes descartáveis produzidos a partir de derivados de petróleo para o consumo de bebidas e alimentos. Aprovada em primeira discussão, a proposta já recebeu uma emenda – excluindo da proibição hospitais e estabelecimentos de saúde públicos, por motivos de higiene e saúde - e voltará à pauta no início do ano legislativo. Outras contribuições poderão fomentar a discussão, mas é imprescindível levarmos adiante a proposta sem perder sua noção de urgência.

Outros argumentos nos fazem refletir sobre essa urgência. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos, no Brasil, são consumidos cerca de 720 milhões de copos descartáveis por dia. Fora o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado dessas toneladas de resíduos, há ainda o problema do desperdício de água. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos, enquanto são usados até 3 litros de água para produzir um copo descartável, é necessário apenas 300 ml de água para lavar um copo resistente. Em outra pesquisa, a Universidade Federal da Bahia revelou que o copo plástico possui em sua composição o poliestireno (derivado do petróleo) que, submetido ao calor do líquido, libera o estireno, apontado como cancerígeno.

Temos motivos de sobra para levantar essa bandeira. Como legislador, acredito que estou fazendo a minha parte e dando uma importante contribuição, não somente pela preservação do meio ambiente, mas pela conscientização de meus pares, que poderão propagar o dever de cada cidadão nessa luta. Soma-se a esses benefícios o fim dos gastos com itens descartáveis na administração pública estadual, medida econômica que contribuirá para uma causa mais do que nobre.

*Thiago Pampolha é deputado estadual pelo PDT e presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj