Rodrigo Lemos  - Divulgação
Rodrigo Lemos Divulgação
Por Rodrigo Lemos*
O setor de óleo e gás tem desenvolvido tecnologias que permitiram a exploração de novas fronteiras, como o pré-sal brasileiro, além de propiciar um aumento de produtividade dos campos e da segurança das operações. Mas um outro desafio se coloca: novos patamares de preços do petróleo obrigam as Oil Companies e seus fornecedores a buscarem formas de redução de custos para se manterem competitivos, melhorarem mais os seus processos relacionados à saúde, segurança e meio ambiente.

O uso da tecnologia é essencial para o progresso do setor e as startups se tornaram parceiras para nos ajudar. Esses empreendedores podem aproveitar a criatividade do ambiente de inovação e a experiência acumulada para nos apoiar na solução dos atuais desafios. Por isso que, no ano passado, a Ocyan lançou o programa Ocyan Waves Challenge com o objetivo de se aproximar do ecossistema de startups em busca de soluções para questões que não tivemos a expertise para solucionar internamente ou com fornecedores tradicionais, de forma efetiva.

Um dos maiores desafios que encontramos ao longo da execução do Ocyan Waves Challenge foi fazer com que as startups conseguissem mergulhar no setor de óleo e gás, técnico e com peculiaridades. Mas a primeira experiência nos mostrou que essas questões são resolvidas quando o foco é o trabalho, a cooperação e a busca por soluções. As startups conseguiram se conectar e propuseram soluções pertinentes, que estão ajudando a aumentar a performance de operação e segurança.

Para nossa surpresa, as propostas conseguiram superar expectativas e vieram de startups de várias regiões do país. A Delfos (Fortaleza) usou sua experiência de aplicação de inteligência artificial em negócios de energia eólica para nos ajudar a aperfeiçoar o sistema operacional do Subsea Blowout Preventer (BOP), equipamento que controla pressões no interior do poço. A Rio Analytics (Rio de Janeiro) apresentou um programa para o controle de produtividade dos tubos de perfuração. Já a Smarti (Curitiba) aprimorou a gestão do recebimento e expedição de materiais, digitalizando grande parte do processo. A Confirm8 (São Paulo) nos ajudou a otimizar o processo de inspeção de equipamentos. Tivemos ainda a Checklist Fácil (Florianópolis) que aperfeiçoou o controle de documentos a bordo das embarcações e a SocialBase (Florianópolis) está nos ajudando a melhorar a comunicação com os integrantes que ficam embarcados.

As startups nacionais estão em desenvolvimento e atentas às oportunidades. Algumas realizam trabalhos no exterior, o que demonstra que a tecnologia e a capacidade de inovação brasileira estão sendo reconhecidas em várias áreas e nos mais diferentes países. Esperamos que os novos inscritos para o programa continuem nesse caminho e que possam trazer soluções criativas, inovadoras e de fácil aplicação para esse ambiente de óleo e gás.

*Rodrigo Lemos é diretor de Produção Offshore da Ocyan e líder do Ocyan Waves